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| Reprodução |
O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini foi preso neste domingo (31/8), dois dias após ser flagrado atirando no pé do entregador Valério Júnior, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A prisão temporária foi decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e cumprida por agentes da Polícia Civil. Além da detenção, Ferrarini foi afastado de suas funções pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que também instaurou um processo administrativo disciplinar.
Em nota, a Seap classificou o episódio como “repugnante” e afirmou que o comportamento do agente não reflete a postura da categoria. “A Polícia Penal não compactua em hipótese alguma com uma atitude como essa, que não representa a grande maioria dos policiais penais do Rio de Janeiro”, declarou a pasta, destacando ainda que a corregedoria acompanha o caso.
Investigação
A 32ª Delegacia de Polícia (Taquara) conduz as investigações e indiciou Ferrarini por tentativa de homicídio qualificado. O disparo ocorreu na noite de sexta-feira (29/8) e gerou grande repercussão nas redes sociais, após o vídeo do ataque circular amplamente.
Posição do iFood
A plataforma iFood, onde Valério atua como entregador, também se manifestou. A empresa repudiou qualquer tipo de violência contra os parceiros de entrega e ressaltou que os trabalhadores não têm obrigação de subir até os apartamentos para realizar as entregas.
Leia a nota emitida pelo iFood
“O iFood não tolera qualquer tipo de violência contra entregadores parceiros e lamenta muito o acontecido com o entregador Valério de Souza Junior. A empresa conta com uma política de combate à discriminação e à violência para oferecer a todos um ambiente ético, seguro e livre de qualquer forma de violação de direitos. Quando as regras são descumpridas, são aplicadas sanções que podem ir desde advertências até o banimento da plataforma.
O iFood esclarece também que a obrigação do entregador é deixar o pedido no primeiro ponto de contato, seja o portão da casa ou a portaria do prédio. Essa é a recomendação passada aos entregadores e aos consumidores. Em 2024, a empresa lançou no Rio de Janeiro a campanha Bora Descer, que tem o objetivo de incentivar os clientes a irem até a portaria de seus condomínios para receber os pedidos de delivery, como forma de respeito aos entregadores.
O iFood vai disponibilizar ao entregador Valério os serviços da Central de Apoio Jurídico e Psicológico, oferecido em parceria com a organização de advogadas negras Black Sisters in Law, garantindo acesso à justiça e assistência emocional ao parceiro. A empresa está à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário.
Esperamos que o caso não fique impune e que Valério Junior se recupere rapidamente.”
Da redação Estrutural On-line

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