Negociações sobre acordo coletivo avançam parcialmente, mas sindicatos mantêm greve e cobram proposta mais ampla da Petrobras
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| Tânia Rêgo/Agência Brasil |
A mobilização nacional dos trabalhadores da Petrobras chegou ao oitavo dia nesta segunda-feira (22/12) sem consenso entre as entidades sindicais e a direção da estatal. Apesar da apresentação de uma nova contraproposta no âmbito do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), o conteúdo não foi considerado suficiente pelas representações dos empregados da ativa e aposentados.
A quarta proposta formalizada pela companhia foi discutida em reunião realizada no domingo (21/12), mas acabou rejeitada tanto pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) quanto pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que conduzem as negociações em nome da categoria.
Em comunicado, a FUP reconheceu que houve avanços pontuais no diálogo, porém ressaltou que as mudanças apresentadas ainda não atendem integralmente às reivindicações. A entidade cobra que eventuais melhorias sejam aplicadas de forma uniforme em todas as subsidiárias da Petrobras e defende que não haja descontos salariais nem sanções disciplinares aos trabalhadores que aderiram à greve.
Entre outros pontos, a federação também reivindica a garantia de hospedagem adequada para trabalhadores que atuam em regime offshore e pressiona a empresa a apresentar uma carta-compromisso com soluções definitivas para os Planos de Equacionamento dos Déficits da Petros (PEDs), tema considerado central nas negociações.
Já a FNP e o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) afirmaram que os números oferecidos pela Petrobras não condizem com o desempenho financeiro da estatal. Para essas entidades, a proposta ignora a lucratividade recente da empresa e o volume de dividendos pagos aos acionistas, o que reforçaria a necessidade de uma revisão mais robusta das condições apresentadas aos trabalhadores.
Procurada, a Petrobras informou, por meio de nota, que realizou ajustes na proposta com o objetivo de atender demandas prioritárias dos sindicatos, destacando avanços nos principais pontos reivindicados. A companhia, no entanto, não detalhou os termos das alterações.
Segundo balanço divulgado pelas entidades sindicais, a paralisação atinge atualmente nove refinarias, 28 plataformas marítimas, 16 terminais operacionais, quatro usinas termelétricas, duas unidades de biodiesel, além de diversas instalações terrestres, bases administrativas e unidades ligadas à área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS).
A greve teve início à meia-noite do dia 15 de dezembro e, conforme a FUP, segue por tempo indeterminado. A categoria decidiu cruzar os braços após rejeitar a contraproposta inicial da empresa durante as negociações do acordo coletivo.
Além da questão dos PEDs da Petros — fundo de pensão criado em 1970 e considerado o segundo maior do país —, os trabalhadores reivindicam melhorias no plano de cargos e salários, garantias de recomposição sem aplicação de mecanismos de ajuste fiscal e um reajuste salarial maior. Enquanto a Petrobras ofereceu reposição da inflação acumulada com ganho real de 0,5%, totalizando 5,66%, os sindicatos defendem um aumento de 9,8%.
Da redação Estrutural On-line

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