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Marconi Perillo surge no centro da polêmica sobre investigação por suspeita de desvio de R$ 83,6 milhões no Jockey Club de SP

Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

O tradicional Jockey Club de São Paulo, um dos símbolos históricos e culturais mais antigos da capital, enfrenta uma crise sem precedentes. Além de uma dívida acumulada que ultrapassa R$ 800 milhões, a instituição agora é investigada por possíveis irregularidades no uso de recursos públicos destinados à restauração de sua sede, tombada pelo patrimônio histórico.

Uma apuração publicada neste domingo (19) pelo UOL aponta que cerca de R$ 83,6 milhões em incentivos fiscais — provenientes de programas federais e municipais — podem ter sido desviados ou utilizados de forma indevida. As verbas, captadas entre 2018 e 2025, deveriam financiar obras de recuperação do prédio às margens do Rio Pinheiros, mas há indícios de que parte dos valores foi parar em contas de empresas sem atividade real e em despesas particulares.

Entre as irregularidades identificadas, constam notas fiscais de companhias com endereços inexistentes, gastos incompatíveis com o projeto de restauração e até despesas pessoais, como jantares caros, hospedagens em hotéis e compras em farmácias. Um dos casos mais graves seria o pagamento de R$ 11,2 milhões a uma construtora de Goiás que, segundo os registros, não possui sede física nem funcionários.

O nome do ex-governador goiano e atual presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, surge no centro da polêmica. Filiado ao Jockey desde 2019 e conselheiro do clube desde 2022, ele teria influência nas negociações envolvendo a captação e gestão dos recursos. O levantamento jornalístico indica que parte das empresas beneficiadas mantém ligações com pessoas próximas a Perillo — entre elas, ex-assessores e familiares.

Em nota, o tucano negou qualquer envolvimento e classificou as denúncias como “infundadas e políticas”. O Jockey Club também se defendeu, afirmando ser alvo de uma “perseguição” da Prefeitura de São Paulo, que rejeitou as prestações de contas e determinou uma auditoria sobre o uso dos incentivos.

A investigação se aprofunda e pode ganhar dimensão nacional, já que os recursos incluem verbas federais captadas pela Lei Rouanet e repasses municipais via Termo de Doação Cultural (TDC). Caso as suspeitas sejam confirmadas, a Prefeitura poderá exigir a devolução integral dos valores e encaminhar o caso às autoridades federais.

Para Marconi Perillo, que aparece com 15,6% das intenções de voto em Goiás e planeja disputar novamente o governo do estado em 2026, o escândalo pode representar um sério revés político e ético.

Da redação Estrutural On-line

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