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CPI vai investigar desvios no Jockey Club onde Marconi Perillo é conselheiro

Apuração envolve uso de recursos públicos e contratos milionários com empresas ligadas a aliados do ex-governador Marconi Perillo


Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

A Câmara Municipal de São Paulo instaurou, nesta semana, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades no uso de recursos públicos destinados ao Jockey Club de São Paulo. O foco da investigação são repasses que somam mais de R$ 80 milhões em incentivos fiscais e verbas oriundas da Lei Rouanet, supostamente desviados para empresas associadas a pessoas próximas ao ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

A criação da CPI foi proposta pelo vereador Gilberto Nascimento (PL) e aprovada em plenário na última quarta-feira (29). O colegiado terá nove integrantes e vai analisar contratos, prestações de contas e eventuais omissões do poder público municipal. A apuração abrange tanto incentivos federais quanto compensações fiscais concedidas pela Prefeitura de São Paulo.

Segundo documentos que embasaram o pedido de investigação, parte dos recursos destinados à restauração da sede histórica do Jockey pode ter sido redirecionada para empresas sem estrutura compatível com os valores recebidos. Há indícios de superfaturamento, notas fiscais duplicadas e pagamentos a prestadores de serviço não localizados nos endereços declarados.

Entre as empresas citadas está a produtora cultural Elysium, que desde 2020 representa o Jockey em projetos de captação de recursos. A produtora, segundo as denúncias, firmou contratos com fornecedores ligados a familiares e conhecidos de Perillo. A empresa também teria direcionado parte dos repasses para construtoras de fachada e para despesas não relacionadas à execução das obras — como jantares e serviços em Goiânia.

As suspeitas levaram o Ministério da Cultura a revisar as prestações de contas apresentadas pela entidade, após identificar gastos incompatíveis com os objetivos do projeto. O próprio município de São Paulo também rejeitou parte das despesas apresentadas pelo clube.

Marconi Perillo, que reside na capital paulista desde 2019 e integra o conselho do Jockey Club, negou qualquer envolvimento nas irregularidades. Em nota, o ex-governador afirmou que as acusações são “infundadas” e que não mantém vínculos com as empresas citadas. Ele classificou as denúncias como “tentativas de exploração política” e disse confiar na lisura das contas apresentadas pela instituição.

A CPI ainda não tem data para iniciar os trabalhos, mas deve convocar representantes do Jockey Club, da produtora Elysium e de empresas contratadas para depor nas próximas semanas. O caso é considerado um dos mais complexos a envolver recursos da Lei Rouanet e incentivos fiscais municipais na capital paulista.

Da redação Estrutural On-line

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