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Brasileiro morre asfixiado durante abordagem de seguranças na Bolívia; família cobra justiça

Reprodução

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o estudante brasileiro Igor Rafael Oliveira Souza, de 32 anos, foi imobilizado por seguranças em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O jovem, natural de Anápolis (GO) e morador do Gama (DF), morreu após ter o tórax pressionado contra o chão. O laudo médico apontou asfixia mecânica como causa da morte.

Abordagem violenta

O episódio ocorreu na última terça-feira (26/8), quando Igor atravessava uma crise de pânico, associada a um quadro depressivo e ao uso de drogas. Ele entrou em uma papelaria pedindo ajuda, mas funcionários, assustados, acionaram os seguranças de uma escola da região.

As imagens mostram os agentes levando o brasileiro até a calçada e o mantendo no chão, com o joelho sobre o tórax. Minutos depois, Igor para de se mover, sem receber atendimento imediato. A ambulância chegou quando ele já estava sem vida.

Apesar das circunstâncias, a polícia local teria registrado Igor como indigente, mesmo ele estando bem vestido e portando celular e relógio.

Condenação rápida e liberdade

De acordo com a mãe do estudante, a professora aposentada Neidimar Vieira, os seguranças foram julgados em apenas 48 horas e receberam a pena mínima prevista na legislação boliviana, o que permite que respondam em liberdade. “Eles só saíram de cima dele quando já estava morto. O vídeo mostra isso claramente”, desabafou.

Questionamentos sobre o laudo

A família também contesta o relatório da autópsia, que, além de confirmar a asfixia, apresentou inconsistências graves: o documento descreve a existência de útero e menstruação, apesar de Igor ser homem cisgênero.

Apoio e traslado do corpo

O caso é acompanhado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), que informou prestar assistência consular à família, sem detalhar quais medidas estão sendo adotadas.

Neidimar abriu uma vaquinha virtual para custear o traslado do corpo ao Brasil, estimado em R$ 26 mil. Com apoio do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), a campanha arrecadou mais de R$ 28 mil até a tarde de segunda-feira (1º/9).

Um sonho interrompido

Igor vivia na Bolívia havia dez anos e cursava o último período de medicina. O plano da família era que ele concluísse a graduação neste ano e retornasse ao Brasil para atuar como médico. “Nossa vida está dilacerada. Vamos lutar por justiça em nome dele”, afirmou a mãe.

Da redação Estrutural On-line

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