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Vacina experimental mostra eficácia em prolongar vida de pacientes com câncer de pâncreas e intestino

MimiVax / Divulgação

Um estudo clínico trouxe novas esperanças para pacientes com câncer de pâncreas e intestino grosso. Uma vacina de imunoterapia em fase experimental conseguiu dobrar a expectativa de vida de pessoas com essas neoplasias agressivas e, em alguns casos, multiplicar por cinco o tempo sem sinais da doença.

A terapia, batizada de ELI-002 2P, foi desenvolvida para estimular o sistema imunológico a combater mutações no gene KRAS — alteração genética presente em até 90% dos tumores pancreáticos e em cerca de metade dos cânceres colorretais. Essas mutações costumam estar associadas a maior risco de recorrência e resistência a tratamentos convencionais.

Os resultados, publicados no último dia 11 na revista Nature Medicine, revelaram que pacientes tratados tiveram sobrevida média de quase 29 meses, em comparação aos 16 meses observados em quem não recebeu a vacina. Já o período sem reincidência da doença passou de três meses para 16 meses em média, um avanço considerado expressivo pelos pesquisadores.

Estudo com 25 pacientes

O ensaio clínico de fase 1, batizado de Amplify-201, acompanhou 25 pacientes submetidos à remoção cirúrgica de tumores pancreáticos ou colorretais. Todos ainda apresentavam sinais residuais da doença ou fragmentos de DNA tumoral circulando no sangue.

Cada participante recebeu doses injetáveis da vacina, que leva antígenos diretamente aos linfonodos, “ensinando” o organismo a identificar e atacar células cancerígenas. Segundo os dados, 84% dos voluntários desenvolveram células T específicas contra a mutação, e quase um quarto apresentou eliminação completa de biomarcadores tumorais.

Avanço na oncologia

O oncologista Zev Wainberg, professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e um dos responsáveis pela pesquisa, destacou o impacto do resultado:
“Este é um avanço importante para pacientes com cânceres associados ao KRAS, especialmente no pâncreas, onde as chances de recidiva após o tratamento padrão são muito altas. Observamos que aqueles que tiveram respostas imunológicas mais fortes permaneceram livres da doença por muito mais tempo”, afirmou.

Outro ponto positivo é que o imunizante foi desenhado como uma vacina pronta para uso, ao contrário das versões personalizadas que exigem adaptações individuais e custos elevados. Isso pode agilizar a aplicação em maior escala, caso a eficácia seja confirmada em fases seguintes.

Próximos passos

Com os bons resultados da primeira etapa, os pesquisadores já iniciaram um estudo de fase 2 para testar uma versão mais abrangente da vacina, chamada ELI-002 7P, que mira um número maior de mutações do gene KRAS.

Se os dados forem confirmados, especialistas avaliam que o imunizante poderá representar um marco no tratamento de tumores sólidos agressivos, oferecendo aos pacientes não apenas maior expectativa de vida, mas também mais tempo livre da doença.

Da redação Estrutural On-line

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