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Operação da PCDF expõe uso irregular de registros de CACs por criminosos

Imagem de mtorben por Pixabay

Uma ação da 26ª Delegacia de Polícia de Samambaia revelou que criminosos com passagens por delitos graves continuavam a ter acesso a armas de fogo por meio de registros de Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs), mesmo após o cancelamento de seus certificados.

A operação, realizada na sexta-feira (8/8), teve como alvo sete pessoas. Entre elas, seis já tinham histórico criminal por crimes como roubo a banco, tráfico de drogas, furto, porte ilegal de arma, ameaça e violência doméstica. Um dos investigados, por exemplo, cumpriu uma década de prisão em regime fechado por assalto a banco.

A coluna Na Mira, do portal Metrópoles apurou que um dos suspeitos já havia sido detido por roubo a banco; dois por tráfico de drogas; outro por tráfico e furto; e um por porte ilegal de arma, ameaça e lesão corporal prevista na Lei Maria da Penha.

Ligação com o crime organizado

Especialistas apontam que esse tipo de situação não é isolada. Levantamento do Instituto Sou da Paz mostra que, desde 2016, registros de CACs vêm sendo explorados como porta de entrada para o crime organizado. Entre 2019 e 2022, 5.235 condenados e 2.690 foragidos da Justiça obtiveram licenças para atuar como CACs no país. Além disso, 22.493 pessoas são investigadas por agir como “laranjas”, facilitando a compra legal de armas e munições para facções.

No Distrito Federal, o número de crimes cometidos por CACs saltou 745% nesse período, com as ocorrências relacionadas à Lei Maria da Penha subindo 1.100%. O cenário levanta preocupação sobre a combinação de regras flexibilizadas, falhas na fiscalização e a utilização de registros legítimos por criminosos.

Casos de repercussão

O uso indevido de registros de CACs já foi alvo de operações em outros estados. Em janeiro de 2022, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro apreenderam um grande arsenal na casa de Vitor Furtado, o “Bala 40”, que comprava munições legalmente e as repassava para o crime organizado. Entre o material apreendido estavam 26 fuzis M16 — armamento comum nas mãos de traficantes do estado —, um fuzil calibre .308, 21 pistolas e grande quantidade de munição.

As autoridades defendem que mudanças na legislação e um controle mais rigoroso são fundamentais para evitar que registros destinados ao esporte e ao colecionismo se tornem ferramentas para a criminalidade.

Da redação Estrutural On-line

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