Crise diplomática entre Brasil e Israel se agrava com saída de embaixador e indefinição sobre substituto

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A relação entre Brasil e Israel pode enfrentar um novo ponto de tensão nos próximos dias. O país deve ficar sem embaixador israelense a partir desta terça-feira (12/8), quando Daniel Zonshine, atual chefe da missão diplomática, deixará o cargo para se aposentar.

No posto desde 2021, Zonshine se despede em meio ao clima de atrito provocado pela guerra na Faixa de Gaza e pela falta de definição sobre seu sucessor. Embora o governo de Israel tenha indicado, ainda em janeiro, o diplomata Gali Dagan — ex-embaixador na Colômbia — para assumir a função, o Palácio do Planalto não concedeu até agora o agrément, autorização necessária para que ele tome posse.

A decisão de manter a cadeira vaga parte do governo brasileiro, o que, no campo diplomático, é visto como sinal de afastamento. Fontes ligadas à diplomacia israelense afirmam que ainda não há clareza sobre quem ficará responsável pela chefia da embaixada durante o período de indefinição.

Em um encontro recente com deputados do partido Republicanos, Zonshine lamentou os desgastes na relação bilateral, mas garantiu que a embaixada seguirá operando normalmente, mesmo sem a aprovação do novo embaixador.

Distanciamento já vinha ocorrendo

A ausência de um novo embaixador oficializa um processo de distanciamento que, segundo diplomatas, vem se consolidando desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No protocolo internacional, é comum que países anfitriões participem de eventos promovidos por embaixadas como gesto de respeito e fortalecimento das relações. No entanto, representantes do Itamaraty têm comparecido raramente a cerimônias e datas comemorativas da representação israelense no Brasil.

Um dos poucos exemplos recentes ocorreu em maio, no Dia Nacional de Lembrança do Holocausto, quando o embaixador Clelio Nivaldo Crippa Filho, diretor do Departamento de Oriente Médio, participou da solenidade no Congresso Nacional.

Com a saída de Zonshine e a indefinição sobre o futuro do posto, a crise entre Brasília e Tel Aviv ganha um capítulo inédito, que poderá influenciar diretamente o tom da relação diplomática nos próximos meses.

Da redação Estrutural On-line