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Governo Trump rebate Flávio Dino após decisão do STF sobre validade de sanções internacionais

Rosinei Coutinho/SCO/STF

O governo dos Estados Unidos reagiu, nesta segunda-feira (18/8), à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que determinou que empresas e órgãos que atuam no Brasil não podem aplicar bloqueios ou restrições baseados em determinações unilaterais de outros países.

Por meio de publicação no X (antigo Twitter), o Departamento de Estado, através do Bureau of Western Hemisphere Affairs, afirmou que nenhuma corte estrangeira tem poder para anular sanções norte-americanas ou proteger indivíduos de suas consequências. O comunicado incluiu críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes, alvo recente das medidas impostas por Washington.

No texto, o governo Trump classificou Moraes como “tóxico para empresas e indivíduos legítimos que buscam acesso aos EUA e seus mercados” e reforçou que cidadãos norte-americanos estão proibidos de manter relações comerciais com ele. O comunicado também advertiu estrangeiros: quem fornecer apoio a pessoas sancionadas corre o risco de ser incluído nas mesmas listas de restrição.

Decisão no STF

Mais cedo, Flávio Dino havia reforçado a soberania da jurisdição brasileira ao estabelecer que apenas a Justiça do país pode validar restrições que afetem empresas e cidadãos no território nacional. “Ficam vedadas imposições ou restrições de direitos decorrentes de atos unilaterais estrangeiros”, escreveu o ministro na decisão.

O julgamento tem como pano de fundo recentes tentativas de municípios brasileiros de recorrerem a cortes internacionais em busca de indenizações maiores contra a mineradora Samarco, após o rompimento da barragem em Mariana (MG).

Contexto das sanções

A decisão de Dino também repercute diretamente no impasse criado pelas sanções norte-americanas contra Alexandre de Moraes, impostas com base na Lei Magnitsky — legislação dos EUA que prevê punições a autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos.

O governo Trump justificou a medida citando o processo em curso no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Na ocasião, Trump acusou a Justiça brasileira de promover uma “caça às bruxas” contra o ex-chefe do Executivo.

Com a decisão, Dino buscou garantir que tais medidas não tenham efeito automático no Brasil, embora continuem válidas em território norte-americano e em países que reconheçam as sanções.

Da redação Estrutural On-line

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