EUA ameaça endurecer ações contra Maduro e fala em usar “todo o poder” do país

Estrutural On-line

A Casa Branca voltou a elevar o tom contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Em coletiva nesta terça-feira (19/8), a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o governo de Donald Trump está disposto a utilizar “todos os elementos do poder norte-americano” contra o regime chavista.

A declaração foi dada após questionamentos sobre rumores de que três navios de guerra dos EUA, com cerca de 4 mil militares a bordo, teriam sido deslocados para áreas próximas ao território venezuelano. Leavitt não confirmou a movimentação, mas reforçou que Washington considera Maduro ilegítimo e o acusa de envolvimento direto com o narcotráfico.

“O presidente Trump tem sido claro e consistente. Está preparado para usar todos os instrumentos do poder americano para impedir que drogas cheguem ao nosso país e levar os responsáveis à Justiça. O regime Maduro não é legítimo, é um cartel de narcoterrorismo”, declarou a porta-voz.

Cartaz com foto de Nicolás Maduro divulgado pelo governo dos EUA

Maduro sob pressão internacional

Desde julho, a administração Trump intensificou as acusações contra o líder venezuelano, associando-o ao cartel de drogas Los Soles. Os EUA também elevaram para US$ 50 milhões a recompensa pela captura de Maduro. Apesar das denúncias, ainda não foram apresentadas provas concretas das supostas ligações com o narcotráfico.

A ofensiva ocorre em meio a uma mudança de política externa dos EUA no combate às drogas, que passou a classificar grupos ligados ao tráfico como organizações terroristas. Na prática, a medida abre brechas para a realização de operações militares em outros países sob a justificativa da “guerra ao terror”.

Reação de Caracas

O governo venezuelano respondeu às ameaças norte-americanas. Na segunda-feira (18/8), Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para, segundo ele, “defender o território, a soberania e a paz da Venezuela”.

O endurecimento da retórica entre Caracas e Washington reacende a tensão na região e aumenta a incerteza sobre os próximos passos da política dos Estados Unidos em relação ao país vizinho.

Da redação Estrutural On-line