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Pesquisadores da UCB embarcam rumo ao Ártico em busca de plantas com potencial contra o câncer e para a agricultura

Samuel Paz/UCB

Um grupo de pesquisadores da Universidade Católica de Brasília (UCB) parte no próximo sábado (26/7) rumo ao Ártico para uma missão científica que une ciência, meio ambiente e diplomacia. O objetivo é coletar amostras de briófitas — pequenas plantas resistentes ao frio extremo — que podem ter aplicações promissoras no tratamento de doenças como o câncer, além de contribuir para avanços na agricultura e na indústria biotecnológica.

A equipe é formada por dois professores e duas estudantes ligadas aos programas de pós-graduação em ciências genômicas, biotecnologia e gerontologia da universidade. A expedição faz parte do projeto Briotech, que já atua na pesquisa de espécies vegetais em regiões polares e busca entender o potencial dessas plantas na criação de soluções para a saúde humana e a produção de alimentos.

Plantas resistentes e valiosas

As briófitas, grupo que inclui musgos, hepáticas e antóceros, são vegetais de pequeno porte que desempenham um papel importante nos ecossistemas em que vivem. O que torna as espécies do Ártico particularmente valiosas para a ciência é sua capacidade de sobreviver em ambientes extremos — onde enfrentam frio intenso, longos períodos de luz solar contínua e baixa disponibilidade de nutrientes.

Para suportar essas condições, essas plantas produzem compostos únicos que despertam o interesse da indústria farmacêutica. Entre os potenciais usos dessas moléculas estão o desenvolvimento de antibióticos mais eficazes e substâncias com ação antitumoral. Uma das espécies mais estudadas nesse contexto é a Sanionia uncinata, encontrada no polo Norte, já apontada em pesquisas por suas possíveis aplicações em saúde, agricultura e até produção de biocombustíveis.

Uma missão de ciência e cooperação internacional

A expedição da UCB terá como destino a região da Lapônia, no norte da Finlândia, onde os pesquisadores pretendem coletar e catalogar diferentes tipos de briófitas. As amostras serão cultivadas em laboratório no Brasil e analisadas quanto ao seu potencial genético e bioquímico.

Os professores Marcelo Ramada e Stephan Machado Dohms lideram a missão. Ambos já têm experiência em expedições polares, tendo participado inclusive da primeira missão científica brasileira ao Ártico, em 2023. Ao lado deles viajam Thaissa Mendes, 22 anos, estudante de farmácia, e Maria Karollina Gonçalves, 30, aluna de odontologia.

Além da pesquisa científica, o grupo fará uma visita oficial à Embaixada do Brasil em Helsinque, capital da Finlândia, onde se encontrará com o embaixador Luís Balduíno. O encontro reforça o caráter diplomático da missão, que também busca promover o intercâmbio científico entre Brasil e países do norte da Europa.

Conexão com a agricultura brasileira

Um dos focos do projeto Briotech é entender como os genes dessas plantas resistentes podem contribuir para o desenvolvimento de culturas agrícolas mais tolerantes a condições adversas. A ideia é aplicar esse conhecimento em alimentos de grande importância para o Brasil, como arroz, feijão, soja e milho — o que pode representar avanços no combate a pragas e no aumento da produtividade.

Com essa iniciativa, a UCB se destaca entre as instituições brasileiras que investem em ciência de fronteira, conectando pesquisa de alto impacto com desafios reais da sociedade — da saúde à segurança alimentar, passando pelo desenvolvimento sustentável e pela cooperação internacional.

Da redação Estrutural On-line

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