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| Imagem de jorono por Pixabay |
Diante do agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza, o governo de Israel anunciou neste domingo (27) a adoção de pausas diárias nas operações militares em algumas regiões do território palestino, com o objetivo de viabilizar a entrada de ajuda humanitária. A medida busca aliviar a escassez extrema de alimentos e medicamentos, em meio a crescentes denúncias de mortes por desnutrição, especialmente entre crianças.
De acordo com comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI), a interrupção das ações militares ocorrerá todos os dias, entre 10h e 20h (horário local), nas áreas de Cidade de Gaza, Deir al-Balah e Al Mawasi — regiões onde, segundo os militares, não há presença ativa de tropas no momento.
Além da pausa de dez horas, Israel informou que corredores humanitários estarão operando entre 6h e 23h, permitindo o deslocamento seguro de comboios coordenados pela ONU e por organizações internacionais que atuam no fornecimento de suprimentos essenciais à população civil.
A decisão foi tomada em articulação com agências humanitárias após uma série de reuniões com representantes da ONU e de outros organismos internacionais. A medida surge como resposta à escalada de críticas contra o governo israelense, pressionado pelo aumento no número de vítimas da fome na região.
Segundo dados do Departamento de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, ao menos 127 pessoas morreram por desnutrição desde o início da ofensiva militar israelense em outubro do ano passado. Dentre as vítimas, 85 são crianças.
Paralelamente à suspensão temporária dos combates, Israel retomou neste fim de semana os lançamentos aéreos de alimentos sobre Gaza. A prática, que vinha sendo interrompida, voltou a ser adotada diante da urgência da situação. Neste sábado, sete paletes com mantimentos foram lançados na parte norte do enclave, de acordo com fontes locais ouvidas pela agência Reuters.
Apesar de a estratégia aérea oferecer alívio pontual, organizações humanitárias alertam que ela não supre a demanda da população e pode apresentar riscos operacionais. Ainda assim, outros países, como o Reino Unido, anunciaram esforços semelhantes. O governo britânico declarou que está colaborando com a Jordânia para também realizar entregas aéreas e estuda liderar uma operação internacional para evacuar crianças em estado crítico.
Enquanto isso, imagens divulgadas pela emissora estatal egípcia Al-Kahera mostram caminhões com ajuda humanitária se deslocando em direção à fronteira de Rafah, indicando que os primeiros carregamentos terrestres podem estar prestes a entrar em Gaza.
A nova diretriz israelense representa uma tentativa de amenizar o impacto do bloqueio e da ofensiva prolongada no enclave, ainda que limitada. Organizações humanitárias internacionais seguem pressionando por cessar-fogo duradouro e acesso irrestrito às áreas mais afetadas pela fome e pelo conflito.
Da redação Estrutural On-line
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