Ordem executiva é apresentada como resposta às ações do governo brasileiro contra aliados de Jair Bolsonaro
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou nesta quarta-feira (30) a imposição de uma tarifa de 50% sobre uma ampla gama de produtos importados do Brasil. A medida, que entra em vigor no dia 6 de agosto, foi anunciada por meio de uma ordem executiva e classificada como reação a supostas violações de direitos humanos e atos de censura praticados por autoridades brasileiras.
A Casa Branca afirma que o governo brasileiro, por meio do Judiciário e do Executivo, tem adotado medidas que colocam em risco a liberdade de expressão, além de coagir empresas norte-americanas de tecnologia. Segundo o texto da ordem, tais ações representariam uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional e aos interesses econômicos dos EUA.
Apesar da abrangência da nova política tarifária, cerca de 700 itens foram excluídos da medida. Entre os produtos isentos estão aeronaves civis, minério de ferro, aço, combustíveis e diversos derivados de laranja, como suco e polpa — setores de relevância estratégica para ambas as economias.
Acusações contra o Brasil
O documento assinado por Trump menciona diretamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acusando-o de abuso de autoridade ao impor ordens judiciais de censura a críticos políticos e empresas de tecnologia. A Casa Branca alega que, diante da recusa de companhias norte-americanas em cumprir as determinações, o ministro teria retaliado com multas, processos judiciais e bloqueios de ativos.
Além disso, o governo dos EUA expressou preocupação com o processo judicial envolvendo o comentarista bolsonarista Paulo Figueiredo, cidadão norte-americano residente nos EUA. Segundo Washington, o caso representa uma violação à liberdade de expressão garantida pela Constituição dos Estados Unidos.
Repercussão internacional e medidas adicionais
A decisão se insere na doutrina “América em Primeiro Lugar”, marca registrada do governo Trump. A nova tarifa não é uma iniciativa isolada: no início do mês, o Departamento de Estado suspendeu os vistos de entrada nos EUA de Alexandre de Moraes, outros magistrados e seus familiares, reforçando a postura crítica em relação ao Judiciário brasileiro.
Segundo o comunicado oficial da Casa Branca, a atual política externa dos EUA visa proteger os direitos de cidadãos americanos e impedir que empresas nacionais sejam submetidas ao que considera práticas autoritárias em território estrangeiro.
Impacto nas relações bilaterais
A imposição da tarifa deve tensionar ainda mais as relações entre Brasília e Washington. Enquanto o governo norte-americano acusa o Brasil de violações democráticas, autoridades brasileiras ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as sanções. Economistas alertam que o tarifaço pode afetar significativamente as exportações brasileiras, sobretudo no setor industrial, embora os principais produtos do agronegócio tenham sido poupados.
A medida, que ocorre a menos de um ano da eleição presidencial norte-americana, também é vista como uma forma de Trump reforçar sua base conservadora, que inclui eleitores alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A crise diplomática abre um novo capítulo na complexa relação entre os dois países, marcada por altos e baixos nos últimos anos, e pode influenciar futuros acordos comerciais e estratégicos.
Da redação Estrutural On-line
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