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Tensão no Oriente Médio derruba Ibovespa e impulsiona dólar em dia de instabilidade nos mercados

Imagem de Csaba Nagy por Pixabay

Os mercados financeiros brasileiros encerraram esta sexta-feira (20/6) sob forte instabilidade, refletindo o aumento da tensão geopolítica no Oriente Médio. O dólar comercial registrou valorização de 0,45%, fechando a R$ 5,52, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), recuou 1,09%, encerrando o pregão aos 137.209 pontos.

A volatilidade do dia foi marcada por um sentimento global de aversão ao risco. Segundo especialistas, os investidores reagiram com cautela às incertezas envolvendo o conflito entre Irã e Israel, especialmente diante da possibilidade, ainda que remota, de um envolvimento direto dos Estados Unidos no confronto.

Apesar da alta pontual do dólar nesta sexta-feira, a moeda americana acumula perdas em relação ao real em períodos mais amplos: queda de 0,32% na semana, 3,38% em junho e mais de 10% no acumulado do ano. Já o Ibovespa apresenta desempenho positivo nesses recortes, com avanços de 1,10% na semana, 1,23% no mês e 15,32% em 2025 até agora.

Juros e cenário doméstico pressionam ações

O economista Alexsandro Nishimura, da Nomos, aponta que o comportamento do dólar começou o dia em queda, impulsionado pela diferença entre os juros no Brasil e nos Estados Unidos, fator que tende a atrair capital estrangeiro. No entanto, o aumento da tensão geopolítica reverteu o movimento, levando à busca por ativos considerados mais seguros.

No mercado acionário, a queda do Ibovespa também refletiu fatores internos. A elevação da taxa Selic para 15% e o tom mais rígido adotado pelo Banco Central no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) influenciaram negativamente as expectativas de redução de juros em 2025. Com isso, ações de setores mais sensíveis ao crédito, como varejo e bancos, sofreram maior pressão de venda.

Bolsas internacionais dividem resultados

Na Europa, o alívio dos investidores com o adiamento de uma possível ação militar direta dos EUA ajudou os principais índices a encerrarem o dia em alta, embora ainda acumulando perdas na semana. Já nos Estados Unidos, o desempenho foi misto: o S&P 500 caiu 0,16%, o Nasdaq recuou 0,46%, enquanto o Dow Jones registrou leve alta de 0,13%.

Ouro em queda indica menor busca por proteção

Apesar do clima de incerteza, alguns sinais indicam que o apetite ao risco não foi totalmente abandonado. Um exemplo é o comportamento do ouro, tradicionalmente visto como porto seguro em tempos turbulentos. A cotação do metal precioso recuou 0,65% no dia, fechando a US$ 3.385,70 por onça-troy, acumulando queda de 1,61% na semana.

O cenário segue instável, com os mercados atentos a possíveis desdobramentos do conflito no Oriente Médio e aos próximos passos da política monetária, tanto no Brasil quanto no exterior.

Da redação Estrutural On-line

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