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PGR solicita prisão preventiva de Carla Zambelli após saída do país

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após a parlamentar anunciar que deixou o território brasileiro. A solicitação ocorreu em meio à repercussão de sua recente condenação a 10 anos de prisão, determinada pela Primeira Turma do STF.

Zambelli comunicou sua saída do Brasil nesta terça-feira (3/6), alegando motivos de saúde. Segundo a deputada, o objetivo da viagem seria dar continuidade a um tratamento médico já iniciado anteriormente. Em entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, ela declarou: “Estou fora do Brasil há alguns dias. Vou solicitar afastamento do cargo”.

Mesmo com a condenação, Zambelli ainda aparece como deputada em exercício no site da Câmara dos Deputados. Pela decisão da Corte, além da pena de reclusão, está prevista a perda de mandato, que só será efetivada após o fim dos recursos legais e por decisão da própria Câmara.

Em sua fala, a deputada indicou que permanecerá na Europa, afirmando possuir cidadania europeia. Ela disse também que pretende denunciar internacionalmente o que chamou de “ditadura brasileira”. “Não é uma fuga. É resistência. Quero voltar a ser a Carla que fui antes de todas essas amarras”, afirmou.

A condenação que motivou o pedido de prisão preventiva está relacionada à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023. De acordo com as investigações, a parlamentar teria orientado o hacker Walter Delgatti Neto a executar o ataque cibernético, que culminou na emissão de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Delgatti disse ter recebido orientações diretas de Zambelli, além de um suposto pagamento de R$ 13,5 mil.

A defesa da parlamentar recorreu da decisão do STF, alegando cerceamento de defesa. Os advogados afirmam que não tiveram acesso completo às provas, incluindo 700 GB de dados armazenados na plataforma “mega.io”. No recurso, pedem a nulidade da sentença, bem como a suspensão dos efeitos da condenação, como a perda do mandato e a inelegibilidade de oito anos.

Zambelli também argumenta que enfrenta graves problemas de saúde, incluindo a síndrome de Ehlers-Danlos — condição rara que causa instabilidade nas articulações —, além de problemas cardíacos e depressão. Segundo ela, o estresse do processo judicial teria agravado seu estado físico e emocional. “Tenho relatórios médicos que indicam que não sobreviveria a uma prisão. Eles serão apresentados no momento oportuno”, disse anteriormente.

A decisão sobre a prisão preventiva agora está nas mãos do Supremo, que deverá avaliar a possibilidade de risco à aplicação da lei e a integridade do processo diante da ausência da parlamentar no país.

Da redação Estrutural On-line

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