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| Rosinei Coutinho/STF |
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (7) a prisão definitiva da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), além da perda imediata de seu mandato parlamentar. A decisão veio após o fim do julgamento na Primeira Turma do STF, que manteve, por unanimidade, a condenação da deputada.
Zambelli foi sentenciada a 10 anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em janeiro de 2023. A Corte também a declarou inelegível por oito anos. Com a conclusão do processo e a rejeição de recursos, Moraes entendeu que não há mais necessidade de votação no plenário da Câmara para formalizar a perda do mandato, uma vez que a sanção está vinculada à condenação judicial definitiva.
O ofício do ministro foi endereçado ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitando que a Mesa Diretora da Casa execute a medida. Paralelamente, Moraes acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para que inicie os trâmites de extradição da parlamentar, atualmente na Itália.
Parlamentar está fora do Brasil
Desde a condenação, Zambelli deixou o país e passou a figurar na lista de procurados da Interpol. Ela havia solicitado licença médica no fim de maio e, a partir de 5 de junho, entrou em afastamento por interesse particular. Com mais de 120 dias afastada, o suplente Coronel Tadeu (PL-SP) assumiu a vaga na Câmara.
Ataque cibernético ao CNJ
A condenação está relacionada ao ataque aos sistemas do CNJ, executado pelo hacker Walter Delgatti Neto, que confessou ter agido sob orientação direta de Zambelli. Segundo a investigação da Polícia Federal, a deputada teria fornecido instruções e repassado um texto a ser inserido no sistema, além de realizar pagamentos ao hacker. Um dos objetivos da ação era simular um mandado de prisão contra o próprio ministro Alexandre de Moraes.
Relação abalada com Bolsonaro
A trajetória recente de Zambelli também foi marcada por um distanciamento político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista, ele a responsabilizou indiretamente por sua derrota nas eleições de 2022, referindo-se ao episódio em que Zambelli foi flagrada perseguindo um homem com uma arma em São Paulo, na véspera do segundo turno. Zambelli rebateu afirmando que é mais fácil culpar terceiros do que assumir uma derrota.
Problemas de saúde e apelos financeiros
A deputada alegou recentemente enfrentar sérias condições de saúde, incluindo a síndrome de Ehlers-Danlos, complicações cardíacas e depressão. Ela afirmou que tais problemas comprometem sua capacidade de cumprir pena em regime fechado.
Além disso, em maio, Zambelli pediu ajuda financeira a seus seguidores nas redes sociais, por meio de doações via Pix, alegando não ter condições de arcar com as multas decorrentes dos processos judiciais.
A situação da parlamentar, agora com mandado de prisão em aberto e condenação definitiva, marca mais um episódio de grande repercussão envolvendo figuras públicas do cenário político brasileiro.
Da redação Estrutural On-line
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