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Adolescente suspeito de participação em chacina é apreendido pela PMDF

Policiais detiveram um jovem de 17 anos pelo envolvimento no crime bárbaro. Um adulto chegou a ser preso, mas liberado duas horas depois


Vinícius Schmidt/Metrópoles

Outra pessoa suspeita de participação na chacina que envolve o desaparecimento de 10 pessoas de uma mesma família do Distrito Federal foi detida e apresentada na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), por volta das 21h da noite desta terça-feira (24/1). Trata-se de um adolescente de 17 anos.

Ele chegou à unidade da Polícia Civil do DF (PCDF) após a Polícia Militar do DF (PMDF) receber uma denúncia anônima de que estaria escondido dentro de um apartamento, no Itapoã.

Em depoimento informal aos PMs, o menor confessou ter recebido R$ 2 mil e, depois, ganharia mais R$ 3 mil do mecânico Horácio Barbosa, de 49 anos, para ajudar no plano criminoso. Horácio é um dos quatro detidos e confessou ter participado da chacina.

A função do adolescente apreendido seria ajudar a cuidar da logística do cativeiro, inclusive transportando móveis e auxiliando na transferência das vítimas para o local. Ele foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e já tinha em aberto dois mandados de busca e apreensão por crimes análogos a roubo e tráfico de drogas.

Já o adulto preso negou qualquer envolvimento com a chacina e alegou que estava apenas no mesmo lote onde o jovem foi abordado pelos PMs. Ele passou cerca de duas horas na delegacia e, após comprovar que não tem relação com o caso, acabou liberado. “Ele [o adulto] fazia uso de entorpecente com o menor e tinha conhecimento do delito cometido pelo adolescente, mas, a princípio, não tem envolvimento direto com a situação [da chacina]”, explicou o tenente Yuri.

Veja a chegada dos suspeitos à delegacia:


Três homens acusados pelo crime já estão presos. Contudo, o quarto suspeito, Carlomam dos Santos Nogueira, 26 anos, segue foragido. Durante as apurações, a PCDF localizou impressões digitais de Carlomam no cativeiro e no carro de uma das vítimas.

Mais cedo, também nesta terça, a PCDF identificou que os corpos encontrados carbonizados em um carro na BR-251, na cidade de Unaí (MG), em 14 de janeiro, são de Renata Juliene Belchior, 52 anos, e Gabriela Belchior de Oliveira, 25, respectivamente esposa e filha de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54.

Com isso, agora, passam a ser nove mortes entre as 10 pessoas de uma mesma família que desapareceram no Distrito Federal. A informação, adiantada pelo Metrópoles, foi confirmada em coletiva de imprensa pela médica-legista e diretora do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte (MG), Naray Jesimar Aparecida Paulino.

Mantidas em cativeiro

Renata e Gabriela são as duas vítimas que foram mantidas por duas semanas num cativeiro em Planaltina. Segundo o depoimento de Fabrício Silva Canhedo, 34, elas ficavam vendadas e amarradas.

Fabrício relatou ter recebido R$ 2 mil pelo serviço. Ele disse que fazia comida, vigiava e levava as vítimas ao banheiro, mas voltava à noite para casa.

Ainda de acordo com o vendedor, Gideon e Horácio Barbosa, os outros suspeitos pelo crime, ficavam no cativeiro e dormiam no local. Os dois falavam com pessoas ao telefone, dizendo que estava tudo certo, mas Fabrício disse não saber quem era do outro lado da ligação.

No depoimento, Fabrício afirmou ter ficado por duas semanas cuidando de Renata e Gabriela no cativeiro. O documento não esclarece mais detalhes, mas reportagem anterior do Metrópoles mostrou que os criminosos usavam os celulares das vítimas e se passavam por elas, dando uma falsa aparência de que estaria tudo bem.

A Polícia Civil do DF acredita que a motivação do crime seja uma extorsão por dinheiro, como comentou o delegado responsável pelo caso, Ricardo Viana.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) não descarta o envolvimento de novas pessoas na chacina contra 10 membros de uma mesma família do DF.

O delegado Ricardo Viana, chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), responsável pelo caso, usou a analogia de uma “casa escura” para definir os próximos passos da investigação.

“A polícia abre um cômodo, acende a luz, tem que afastar vários móveis para chegar ao próximo. Não descarto nada do que pode vir”, disse.

Por Thalita Vasconcelos e Marcus Rodrigues - Metrópoles

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