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Advogada do DF é presa por “esquentar” documentos para grileiros

De acordo com as investigações da PCDF, a defensora "esquentava" documentos forjados para, supostamente, garantir legalidade das invasões



As investigações envolvendo a Operação Terra Livre, que desarticularam duas quadrilhas especializadas no parcelamento irregular de terrenos no Polo de Cinema de Sobradinho, identificaram novos tentáculos do esquema. As apurações resultaram na prisão preventiva de uma advogada, apontada como uma espécie de “despachante do crime”.

Alinne de Souza Marques teria uma função importante no grupo. De acordo com as investigações da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), a defensora esquentava documentos forjados para, supostamente, garantir a legalidade das invasões. Durante o cumprimento da detenção e do mandado de busca, os policiais encontraram vários carimbos e assinaturas falsificados de cartórios, todos usados por Alinne.

Até outubro do ano passado, a advogada ocupava cargo de coordenadoria na Secretaria de Trabalho do Distrito Federal, quando acabou exonerada. Presa na operação, Alinne também ficou conhecida por ter participado das eleições de 2018 e pleiteava uma das cadeiras da Câmara Distrital, mas não obteve votos suficientes.

A operação

A Operação Terra Livre cumpriu quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. Segundo as investigações, os grupos brigavam pela posse ilegal de terras que pertencem à Terracap e são destinadas à concretização do Polo de Cinema. Trata-se, ainda, de área de proteção ambiental.

“Ainda que a ocupação estivesse ocorrendo de forma autorizada, notamos que os grupos rivais estavam realizando parcelamento irregular, em glebas abaixo de dois hectares”, disse o delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado.

Ainda de acordo com a polícia, a rivalidade entre os suspeitos era tão acirrada que eles chegavam a usar armas de fogo nas trocas de ameaças. “Faziam ocorrências policiais fraudulentas, imputando crimes uns aos outros. Ligavam no 190, simulando situações em flagrante que prejudicassem o oponente”, acrescentou o policial.

Ainda para tentar ter direito às glebas, os grupos simulavam que moravam no local há vários anos. Chegavam a fazer “gambiarras” de energia e elétrica, instalações hidráulicas que ameaçam os recursos hídricos da área.

As apurações apontam, ainda, que as duas organizações também tentavam se infiltrar no meio político a fim de conseguir algum tipo de favorecimento ilegal. Se condenados, os suspeitos podem pegar de sete a 22 anos de reclusão, pela prática dos crimes de associação criminosa, parcelamento irregular do solo, além dos crimes ambientais. Três dos investigados já são considerados foragidos.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Alline Souza. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

Veja imagens do material apreendido na operação:




Por Carlos Carone e Mirelle Pinheiro do Metrópoles

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