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Vídeo: suspeito de estrangular idosa no DF pegou ônibus após o crime

José Paulo Trindade, 64 anos, foi identificado pela PCDF como autor do estrangulamento de uma idosa no Guará. Ele segue foragido



O homem suspeito de estrangular até a morte uma idosa no Guará 2, na última segunda-feira (6/12), fugiu da QE 30, onde cometeu o crime, de ônibus. Ele entrou no coletivo logo após o assassinato e desceu na QI 7, no Guará l. Imagens captadas por câmeras de segurança do veículo flagraram o homem em fuga.

Nas filmagens é possível ver o motorista do ônibus pedindo que o homem colocasse a máscara facial, em respeito às normas sanitárias impostas devido à pandemia de Covid-19. A ordem foi ignorada pelo passageiro, pois, segundo a 4ª DP, José Paulo Trindade, 64 anos, havia perdido a máscara minutos antes, durante uma luta corporal que teve com Geralda Cândida Santos Nascimento, 79. A idosa foi encontrada sem vida, com um fio de telefone enrolado no pescoço.


Pouco depois estrangular a idosa, José Paulo deixou o DF e foi para a casa da filha, em Planaltina de Goiás, onde dormiu e passou o dia seguinte. Na noite de terça (7/12), o suspeito deixou a residência da filha e partiu sem dizer para onde ia. “Ela não soube nos informar o local que o pai poderia ter ido. Apenas nos mostrou a camisa que ele trocou”, diz o delegado Anderson Espíndola.

José Paulo acumula 16 passagens pela polícia e é foragido do Sistema Penitenciário desde 2015. Entre os crimes pelos quais ele é suspeito, constam dois estupros. Um deles em Acreúna (GO) e outro em Ceilândia.

No dia do crime, José Paulo bateu de porta em porta, na QE 30 do Guará 2. Geralda estava sozinha em casa quando o suspeito a abordou, oferecendo serviço de marceneiro. Como a idosa precisava de um reparo em um caixa d’água, abriu o portão para que o homem entrasse. Ela foi encontrada morta, com um fio enrolado no pescoço.

José Paulo saiu da casa de Geralda machucado. Ele sofreu um corte na bochecha e na boca, possivelmente provocado pela vítima, que lutava por sua sobrevivência. Outra característica que pode facilitar na identificação do suspeito é que José manca ao andar, em decorrência de uma artrose.

A PCDF apreendeu, na casa da filha de José, a camiseta usada por ele durante o crime.

Veja o vídeo da fuga de José:


Enterro de Geralda

Geralda foi enterrada na tarde desta quinta-feira (9/12), no cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Neto da vítima, o bacharel em direito André Neves, de 24 anos, conta ainda não acreditar no que aconteceu. “A gente vê isso com as outras pessoas mas nunca imagina que possa acontecer com a gente, ainda mais dessa forma tão brutal, com uma pessoa que não fez mal a ninguém”, desabafou.

“A Justiça de Deus já está marcada, agora esperamos pela a do homem”, diz. “É uma pessoa que não deveria estar solta”.

O enterro de Geralda foi carregado de emoção e revolta. Amigos e familiares da idosa estiveram no cemitério, onde o corpo da vítima foi sepultado. “Não tenho palavras para descrever o quanto ela era uma pessoa boa, uma pessoa tão amada, compreensiva e do coração bom. Ela deixava de comer para dar para outras pessoas. Uma pessoa muito especial”, descreve.

No dia seguinte ao assassinato da avó, André fez postagens nas redes sociais, pedindo justiça. Esse verme matou a minha avó”, escreveu junto à foto do suspeito do latrocínio. José Paulo foi flagrado pelas câmeras de segurança da rua onde Geralda morava e as imagens dele foram divulgadas pela PCDF para que a comunidade denunciasse, caso encontrasse com o suspeito.

“Perguntou se estava sozinha”, diz vizinha sobre homem que estrangulou idosa

Como agiu o criminoso

Minutos antes de entrar na casa de Geralda e matar a idosa enforcada com um fio, o suspeito bateu de porta em porta na vizinhança, oferecendo serviços de marceneiro. Funcionária de uma das casas da região relatou ao Metrópoles, que, por pouco, não foi vítima do homem.

“É muito comum passarem pessoas aqui o dia todo oferecendo serviços. Ele era um homem de, aparentemente, 50 anos. Passou aqui, bateu no portão e disse que tinha vindo fazer um serviço de marceneiro para a minha patroa”, relatou.

Ainda segundo a mulher, como ela não sabia de nenhum serviço autorizado para a residência, não deixou o homem entrar. “Ele insistiu. Empurrou o portão. Disse que os filhos da minha patroa, que mora sozinha, mandaram ele vir. Perguntou diversas vezes se estávamos sozinhas em casa. Ela já tem mais de 80 anos. Nós poderíamos ter sido vítimas também. Ele só desistiu porque viu um pintor que prestava serviços para a gente em uma das janelas”, contou.

“O homem estava estranho, parecia nervoso. Queria entrar de qualquer jeito. Já tinha passado por outras três casas. Nós estamos com muito medo. Assustadas. Se eu não estivesse aqui, a minha patroa abriria a porta para ele”, afirmou.

Após bater nessa casa, ele seguiu até o endereço de Geralda. Como a idosa precisava de um conserto na caixa d’água, ela acabou abrindo o portão para que o desconhecido entrasse. Os vizinhos, no entanto, não ouviram nada.

A mulher que conversou com a reportagem contou que o suspeito não carregava nada consigo no momento que a abordou pelo portão. Pelas imagens obtidas pelo Metrópoles, porém, é possível ver ele saindo da residência de Geralda com uma mochila nas costas, o que levou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) a investigar o crime como latrocínio (roubo seguido de morte).

Na mesma rua, também funciona uma escola. Uma mãe, que preferiu não se identificar, comentou que ela e outros pais e responsáveis também ficaram preocupados com a segurança das crianças. “Um crime assustador e bem no local onde nossos filhos estudam. Circulam nessa rua. Imagina se um homem desses tenta algo contra essas crianças também. Lamentamos muito pela perda dessa família.”

Geralda era conhecida na vizinhança por morar na mesma casa há muitos anos. “Todos sentimos muito. Nunca havia ocorrido nada como isso na nossa quadra”, comentou outra vizinha.

Suspeita de latrocínio

Segundo o delegado Anderson Espíndola, chefe da 4ª Delegacia de Polícia (Guará), a hipótese de latrocínio é sustentada porque uma neta de Geralda esteve no local e sentiu falta de um notebook. Além do computador, cerca de R$ 200 também foram levados do quarto de uma das meninas.

De acordo com a jovem, a avó estava com o fio de uma extensão enrolado no pescoço. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). Segundo a corporação, a casa foi vasculhada e, além do notebook, outros objetos foram levados.

Informações do paradeiro do suspeito podem ser repassadas à PCDF pelo 197.

Por Matheus Garzon - Metrópoles

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