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A interrupção prolongada no fornecimento de energia elétrica provocou revolta entre moradores da zona sul de São Paulo na manhã desta sexta-feira (12/12). No Grajaú, manifestantes bloquearam parcialmente a avenida Belmira Marin e incendiaram pneus para chamar a atenção da concessionária responsável pelo serviço, após quase dois dias sem luz em várias ruas do bairro.
A mobilização ocorreu em meio às consequências de um ciclone extratropical que atingiu o estado, trazendo rajadas de vento intensas e provocando danos à rede elétrica. A força da ventania comprometeu postes, cabos e transformadores, afetando centenas de milhares de consumidores na capital e na região metropolitana.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a fumaça se espalhando pela via e o trânsito lento durante o protesto. Em vídeos, moradores relatam indignação com a demora no atendimento e afirmam que equipes da concessionária passaram pela região sem efetuar reparos definitivos. Em alguns pontos do Grajaú, o fornecimento de energia ainda não havia sido normalizado até o início da tarde.
A Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Militar acompanhou o ato e que o Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas. Após a intervenção das equipes, a via foi liberada e a manifestação encerrada sem registro de confrontos.
Apagão se estende e agrava rotina
Em outros bairros, como a Vila Sônia, o cenário também é de dificuldades. Moradores relatam que estão há três dias sem eletricidade e enfrentam problemas adicionais, como a falta de água, já que o funcionamento das bombas depende de energia. Alimentos perdidos, uso de escadas no escuro e a saída temporária de idosos de suas casas fazem parte da rotina relatada por famílias da região.
Há quem tenha buscado alternativas, como se hospedar fora de casa, diante da ausência de uma previsão clara para a normalização do serviço. Segundo relatos, prazos informados inicialmente não foram cumpridos, o que ampliou a sensação de abandono.
Concessionária aponta complexidade dos reparos
Procurada, a empresa responsável pela distribuição de energia afirmou que segue atuando em regime de emergência e explicou que, em algumas áreas, o restabelecimento exige a reconstrução completa da rede elétrica. De acordo com a concessionária, mais de um milhão de consumidores já tiveram o fornecimento retomado desde o início do evento climático, mas ainda há um grande número de chamados em aberto, inclusive novos registros causados pela continuidade dos ventos.
A companhia informou que mobilizou milhares de profissionais em campo, além de disponibilizar geradores para atender serviços considerados prioritários, como unidades de saúde e sistemas essenciais.
Abastecimento de água também é afetado
A falta de energia elétrica impactou diretamente o fornecimento de água em diferentes regiões da capital e da Grande São Paulo. A Sabesp confirmou que bairros como Parelheiros, Parque do Carmo e Vila Romana, além de cidades como Guarulhos, Francisco Morato e Caieiras, registraram interrupções no abastecimento. Em áreas mais atingidas, caminhões-pipa foram acionados para minimizar os prejuízos.
Segundo a companhia, o sistema de distribuição de água depende do fornecimento contínuo de energia para funcionar adequadamente, especialmente em regiões de grande extensão e relevo acidentado.
Enquanto os reparos seguem, moradores cobram respostas mais rápidas e soluções definitivas para evitar que situações semelhantes se repitam diante de eventos climáticos extremos.
Da redação Estrutural On-line

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