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Cúpula política de cidade maranhense é alvo de megaoperação por fraude e corrupção

Investigações apontam esquema que teria drenado mais de R$ 56 milhões dos cofres públicos envolvendo prefeito, familiares e parlamentares


Uma ampla investigação conduzida pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA) revelou um suposto esquema de corrupção sistêmica que atingiu o núcleo do poder público no município de Turilândia, no interior do estado. Prefeito, primeira-dama, vice-prefeita, ex-vice-prefeita, vereadores e outros aliados políticos são investigados por integrar uma organização criminosa responsável por desviar mais de R$ 56 milhões em recursos públicos ao longo dos últimos anos.

O prefeito Paulo Curió (União Brasil) apresentou-se à polícia na manhã desta quarta-feira (24/12), em São Luís, após permanecer dois dias foragido. Além dele, também se entregaram a primeira-dama Eva Curió; a ex-vice-prefeita Janaína Lima; o marido dela, Marlon Serrão; e o contador da prefeitura, Wandson Jhonathan Barros. Com as apresentações, todos os mandados de prisão expedidos pela Justiça foram cumpridos.

Divulgação

A ofensiva policial cumpriu ainda 51 mandados de busca e apreensão e 21 de prisão em diversos municípios maranhenses, incluindo São Luís, Paço do Lumiar, Pinheiro, Barreirinhas e São José de Ribamar. A operação é um desdobramento da Operação Tântalo, deflagrada em fevereiro deste ano pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).

Segundo o MPMA, os investigados podem responder por crimes como organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. As irregularidades teriam ocorrido entre os anos de 2021 e 2025, durante a atual gestão municipal.

Estrutura do esquema

De acordo com as apurações, o esquema era supostamente comandado pelo prefeito Paulo Curió, com apoio direto da vice-prefeita Tânia Mendes e da ex-vice-prefeita Janaína Lima. O grupo utilizava contratos públicos fraudulentos firmados com empresas de fachada para desviar recursos do município.

Entre as empresas investigadas estão postos de combustíveis, construtoras, prestadoras de serviços e consultorias contábeis, usadas para simular serviços, emitir notas fiscais falsas e justificar pagamentos irregulares. Parte dos valores retornava aos integrantes do esquema por meio de repasses diretos ou indiretos.

Envolvimento de familiares e aliados

As investigações indicam que Janaína Lima e seu marido, Marlon Serrão, tiveram papel estratégico na engrenagem criminosa. O Posto Turi, pertencente a Marlon, teria recebido mais de R$ 17 milhões da prefeitura. Conforme o MPMA, ficou acertado que 10% desse montante seria retido para custear despesas pessoais, incluindo a faculdade de medicina de Janaína, enquanto o restante era repassado ao prefeito ou a pessoas por ele indicadas.

A atual vice-prefeita, Tânia Mendes, e seu marido, Ilan Alfredo Mendes, também são alvos da investigação. Eles são suspeitos de receber valores provenientes de empresas contratadas pelo município, inclusive recursos ligados à comercialização de notas fiscais falsas. Ainda segundo o Ministério Público, a composição da chapa eleitoral teria como objetivo manter a influência política do grupo ligado a Marlon Serrão dentro da administração municipal.

O caso segue sob investigação, e o MPMA afirma que novas fases da operação não estão descartadas. Enquanto isso, a Justiça analisa medidas cautelares e possíveis bloqueios de bens dos envolvidos para garantir o ressarcimento aos cofres públicos.

Da redação Estrutural On-line

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