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Casa Branca eleva tom contra Caracas e Trump admite confronto militar

Presidente dos EUA intensifica bloqueio marítimo, amplia apreensões de petróleo e evita dizer se busca a queda de Nicolás Maduro


Imagem de Rohit Verma por Pixabay

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (19) que não exclui a possibilidade de um conflito armado com a Venezuela, em meio à escalada de medidas adotadas por Washington contra o governo de Nicolás Maduro. A declaração foi dada durante entrevista por telefone à emissora NBC News e reforça o endurecimento da política norte-americana em relação ao país sul-americano.

Ao ser questionado diretamente sobre a chance de uma guerra, Trump foi categórico ao afirmar que essa hipótese permanece sobre a mesa. A fala ocorre após meses de ações militares e de segurança voltadas à interceptação de embarcações que, segundo os Estados Unidos, estariam ligadas ao tráfico de drogas nas proximidades do território venezuelano.

Na última terça-feira (16), o presidente norte-americano determinou o bloqueio da entrada e da saída da Venezuela de todos os navios petroleiros sancionados por Washington. A medida foi adotada poucos dias depois da apreensão de um navio carregado de petróleo nas proximidades da costa do país. Segundo Trump, novas operações do tipo devem ocorrer caso as embarcações continuem navegando na região.

— Se insistirem em continuar, serão levadas para um de nossos portos — afirmou o republicano, ao comentar a possibilidade de novas apreensões, sem indicar um prazo específico para as próximas ações.

O governo dos Estados Unidos acusa Nicolás Maduro de liderar o chamado Cartel de los Soles, supostamente envolvido com o narcotráfico internacional. Caracas rejeita as acusações e classifica as ações norte-americanas como ilegais e provocativas. Ainda assim, Washington tem ampliado a pressão diplomática, econômica e militar, incluindo operações no Caribe e no Pacífico.

Questionado sobre se a estratégia adotada tem como objetivo final a derrubada do governo venezuelano, Trump evitou responder diretamente. Segundo ele, Maduro saberia exatamente quais são suas intenções. O presidente lembrou ainda que, em novembro, manteve uma conversa telefônica com o líder chavista.

Trump também reiterou promessas feitas anteriormente de que ataques contra supostos alvos do narcotráfico em território venezuelano podem ocorrer “em breve”, o que elevou o alerta na comunidade internacional e reacendeu o debate sobre uma possível escalada militar na região.

A postura atual do presidente representa uma mudança em relação ao discurso adotado durante a campanha eleitoral, quando criticava a participação dos Estados Unidos em conflitos externos. A guinada tem gerado críticas inclusive entre aliados, que avaliam que o governo estaria priorizando a política externa em detrimento de temas internos, como a inflação e o aumento do custo de vida.

Do ponto de vista legal, uma eventual declaração formal de guerra depende da autorização do Congresso norte-americano. Parlamentares do Partido Democrata têm insistido que Trump precisa do aval do Legislativo para conduzir ataques e operações militares de maior envergadura, inclusive as ações contra embarcações suspeitas na região.

Da redação Estrutural On-line

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