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| Divulgação/Universidade do Texas |
Uma inovação desenvolvida por uma cientista brasileira promete transformar a forma como o câncer é detectado durante cirurgias. O MacSpec Pen System, um dispositivo portátil em formato de caneta capaz de distinguir tecidos saudáveis de tumores em poucos segundos, começou a ser testado clinicamente pela primeira vez no Brasil.
Os estudos estão sendo conduzidos por pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, em parceria com a MS Pen Technologies, startup criada pela química Lívia Eberlin, e com a Thermo Fisher Scientific, empresa responsável pelo espectrômetro de massas de alta precisão que integra o sistema.
Diagnóstico instantâneo em sala de cirurgia
O equipamento, acoplado ao espectrômetro, analisa a composição molecular do tecido tocado pela ponta da caneta. Ao liberar uma pequena gota de água estéril, o dispositivo coleta amostras microscópicas e as envia para análise imediata. Com apoio de inteligência artificial, o sistema compara os dados obtidos com um banco de perfis moleculares e apresenta o resultado em até 90 segundos, indicando se o tecido é cancerígeno ou não.
A tecnologia promete reduzir o tempo de cirurgias oncológicas e aumentar a precisão na remoção de tumores, diminuindo o risco de deixar células malignas no corpo do paciente.
Estudo clínico pioneiro no país
O projeto, que terá duração de dois anos, vai envolver 60 pacientes em tratamento de câncer de pulmão e de tireoide — tipos de tumor selecionados por apresentarem desafios específicos para diagnóstico durante a operação. Segundo o Einstein, o objetivo é verificar a eficácia e a adaptação da tecnologia às condições clínicas e estruturais brasileiras.
O MacSpec Pen já foi utilizado com sucesso em cirurgias nos Estados Unidos envolvendo tumores de mama, cérebro, ovário e próstata, demonstrando alto índice de precisão.
Orgulho brasileiro
Lívia Eberlin, que lidera o desenvolvimento da tecnologia e integra a equipe de pesquisa, celebrou o início dos testes no país. “Trazer esse estudo para o Brasil é muito especial. É uma oportunidade de contribuir com a ciência brasileira e oferecer uma ferramenta que pode salvar vidas”, destacou.
Com os resultados do estudo clínico, os pesquisadores esperam que a caneta possa ser incorporada futuramente à rotina hospitalar, tornando os diagnósticos intraoperatórios mais rápidos, acessíveis e seguros.
Da redação Estrutural On-line


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