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Imagem de Akbar Nemati por Pixabay |
Um navio de bandeira iraniana, alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos, atracou nesta terça-feira (8) no porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, para descarregar uma grande remessa de ureia. A embarcação, identificada como Delruba, transportava cerca de 60 mil toneladas do fertilizante, produzido pela Pardis Petrochemical Company — companhia associada à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, entidade classificada pelo governo americano como terrorista.
A operação de importação, conforme registros alfandegários, foi realizada pela empresa brasileira Link Comercial, que teria utilizado a firma Eastoil Petroleum Products, com sede nos Emirados Árabes Unidos, como intermediária. A intermediação serviria para contornar as restrições impostas a empresas iranianas pelo Departamento do Tesouro dos EUA, que proíbe transações diretas com entidades sob sanção.
O Delruba consta na lista de embarcações sancionadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), responsável por fiscalizar o cumprimento das sanções econômicas internacionais. Segundo as normas do órgão, companhias que mantenham qualquer tipo de relação comercial com empresas ou embarcações sancionadas podem sofrer penalidades, inclusive bloqueio de ativos e restrições financeiras.
Nos últimos meses, o Irã tem se consolidado como um dos principais fornecedores de ureia ao Brasil, ocupando a terceira posição no ranking de exportadores do produto. Especialistas alertam, contudo, que o uso de intermediários estrangeiros para facilitar essas transações pode colocar empresas brasileiras sob risco de sofrer sanções secundárias e prejudicar relações com bancos e parceiros internacionais.
Enquanto o navio realiza o descarregamento da carga, autoridades portuárias monitoram a operação, que reacende o debate sobre os limites e as consequências comerciais das sanções internacionais no mercado de fertilizantes.
Da redação Estrutural On-line
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