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Sem aviso prévio e em desacordo com compromissos internacionais, a Venezuela retomou a cobrança de tarifas de importação sobre produtos brasileiros, com alíquotas que variam entre 15% e 77%. A medida surpreendeu autoridades brasileiras e viola os termos do Acordo de Complementação Econômica assinado entre os dois países em 2014.
A decisão impacta fortemente o comércio na região Norte, especialmente em Roraima, que mantém estreita relação comercial com o país vizinho. Atualmente, mais de 70% das exportações do estado têm como destino a Venezuela, segundo dados do governo estadual.
Entre os principais produtos afetados pelas novas taxas estão farinha, margarina, cacau e cana-de-açúcar — itens fundamentais para o agronegócio e o setor industrial roraimense.
O governador Antonio Denarium (Progressistas) manifestou preocupação com a medida, alertando para os possíveis efeitos negativos na economia local. Em nota, afirmou que a taxação compromete a competitividade dos produtos brasileiros no mercado venezuelano e ameaça a geração de empregos, a atividade empresarial e a arrecadação estadual.
A decisão do governo venezuelano também desrespeita os protocolos do Mercosul, bloco do qual ambos os países fazem parte, ao não comunicar previamente os demais membros sobre mudanças que impactam acordos comerciais.
O governo de Roraima informou que já acionou o Ministério das Relações Exteriores para discutir o assunto. Até o momento, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) ainda não se pronunciou oficialmente.
Empresários e lideranças do setor produtivo da região aguardam uma resposta diplomática para tentar reverter a medida e garantir a estabilidade das exportações para o país vizinho.
Da redação Estrutural On-line
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