O policial civil Rafael Moura, atingido por tiros disparados por um sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quarta-feira (16), no Hospital das Clínicas, na capital paulista. Ele estava internado desde a última sexta-feira (11), quando foi baleado em uma viela no Capão Redondo, zona sul de São Paulo.
Rafael foi alvejado por três tiros durante uma ação envolvendo o sargento Marcus Augusto Costa Mendes, integrante da Rota. Segundo a Polícia Militar, Mendes teria se deparado com um homem armado em um beco e reagido com disparos. Imagens registradas pela câmera corporal do sargento, já analisadas pelas autoridades, mostram o momento em que ele corre pela rua, entra na viela e dispara quatro vezes ao ver o policial civil.
O vídeo, entretanto, não foi tornado público. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as imagens foram compatíveis com a versão apresentada pelos envolvidos, incluindo o sargento da PM. O caso está sob investigação do 37º Distrito Policial, no Campo Limpo.
Em nota, a Polícia Civil comunicou a abertura de um inquérito para investigar a conduta do PM e entender a dinâmica do confronto. Segundo o delegado Antonio Givanni Neto, o episódio está, inicialmente, sendo tratado como legítima defesa putativa — quando o agente acredita, mesmo que de forma equivocada, estar sob ameaça iminente. Ainda não há decisão sobre o afastamento de Mendes.
“Será necessária uma apuração detalhada para esclarecer se houve erro evitável ou excesso na atuação policial”, destacou o delegado em trecho do boletim de ocorrência.
A morte de Rafael Moura foi recebida com pesar por colegas da corporação, que fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao agente.
Histórico de atuação do sargento
Fontes ouvidas sob anonimato afirmam que a região do Capão Redondo onde o incidente ocorreu não é conhecida por confrontos armados frequentes, o que levanta questionamentos sobre a necessidade da abordagem. Um policial que conhece a área afirmou que o sargento, recém-integrado à Rota, poderia estar tentando afirmar sua presença dentro da corporação. “Ele quis mostrar serviço”, comentou.
A mesma fonte relatou que, um mês antes do ocorrido, o sargento já havia se envolvido em outro caso letal a cerca de 500 metros do local do disparo que atingiu Moura. Na ocasião, a vítima foi um homem ainda não identificado, supostamente armado, segundo a versão oficial da PM.
As circunstâncias do caso continuam sob apuração, e a expectativa é que o inquérito traga mais elementos para esclarecer se houve falha na identificação ou uma abordagem precipitada por parte do sargento.
Da redação Estrutural On-line
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