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Imagem de Michael por Pixabay |
Em uma medida que pode abalar os mercados energéticos globais, o parlamento do Irã votou neste domingo (22) a favor do fechamento do Estreito de Ormuz — um dos corredores marítimos mais estratégicos do planeta, por onde passa cerca de 21% do petróleo consumido no mundo. A decisão ocorre como resposta direta aos recentes ataques norte-americanos ao território iraniano, registrados no sábado (21).
Embora ainda precise ser ratificada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, a proposta recebeu forte apoio dentro do legislativo iraniano. Segundo o parlamentar Esmaeil Kowsari, a medida foi considerada uma “resposta proporcional” às agressões estrangeiras. “O parlamento considera necessário bloquear o Estreito de Ormuz como medida de retaliação, mas a palavra final será do Conselho Supremo”, afirmou o deputado à imprensa estatal.
O estreito, situado entre o Irã e Omã, é o único canal de acesso do Golfo Pérsico ao mar aberto. Sua importância geopolítica e econômica é tamanha que qualquer interrupção no tráfego pode provocar turbulências nos mercados internacionais. A maioria das exportações de petróleo de países como Arábia Saudita, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e do próprio Irã depende dessa rota.
Especialistas já alertam para o risco de uma escalada nos preços do petróleo. A seguradora holandesa ING estima que um bloqueio efetivo pode levar o valor do barril a ultrapassar US$ 120, podendo atingir novos picos históricos caso a crise se prolongue. Em 2018, o petróleo tipo Brent chegou a quase US$ 150 por barril, recorde que pode ser superado em um cenário de instabilidade prolongada.
O aumento das tensões já tem efeitos práticos. Desde a semana passada, diversas embarcações vêm evitando o tráfego pelo Golfo Pérsico e o Mar Vermelho, temendo represálias e ataques. A situação se agravou com os recentes confrontos envolvendo Israel e o Irã, ampliando o temor de um conflito regional mais amplo.
O Irã, responsável por aproximadamente 5% da produção mundial de petróleo, extrai cerca de 3,3 milhões de barris por dia. Com o cenário geopolítico cada vez mais volátil, os reflexos também chegaram ao mercado de gás natural, que viu seus preços dispararem nas últimas 48 horas.
Caso o fechamento do Estreito de Ormuz se concretize, o mundo poderá enfrentar uma das maiores crises energéticas dos últimos anos — com impactos diretos na inflação global, no comércio marítimo e na estabilidade do Oriente Médio.
Da redação Estrutural On-line
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