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Deslizamento em aterro sanitário no Entorno do DF acende alerta ambiental

Reprodução

Uma grande estrutura de resíduos desmoronou nesta quarta-feira (18/6) no Aterro Sanitário Ouro Verde, localizado em Padre Bernardo (GO), área que integra o Entorno do Distrito Federal. O episódio intensifica as preocupações de moradores e autoridades quanto aos riscos ambientais e à regularidade do funcionamento do empreendimento.

O aterro opera há anos sob liminares judiciais, enquanto enfrenta ações do Ministério Público de Goiás (MPGO) e do Ministério Público Federal (MPF). Desde 2016, os órgãos acompanham o caso e alertam para a ausência de estudos técnicos que comprovem a viabilidade ambiental da instalação.

A área onde o aterro está situado tem mais de 10 hectares e está próxima a zonas de conservação ambiental, incluindo a encosta de uma chapada. Um dos principais pontos de preocupação é a possível degradação de mananciais que abastecem o Distrito Federal, como o Córrego Santa Bárbara, além de áreas da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Descoberto.

Após o deslizamento, o MPGO informou que notificou autoridades locais para adotar medidas imediatas e reforçou que já esperava um incidente como esse, diante das denúncias e indícios acumulados ao longo dos anos.

Um relatório técnico preliminar, fruto de inspeção realizada em 2024 por equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Universidade de Brasília (UnB), apontou indícios de degradação de recursos hídricos e descarte irregular de resíduos a céu aberto. A prática pode comprometer o solo e contaminar lençóis freáticos.

Mesmo diante das evidências, os representantes legais do aterro alegam que as atividades estão amparadas por decisões judiciais e seguem as normas ambientais. A advogada Larissa Dutra destacou que ainda não houve apresentação definitiva dos resultados do relatório técnico e que cabe ao juiz avaliar os próximos passos do processo.

O responsável técnico pelo empreendimento, o engenheiro ambiental Ramon Baptista da Cruz, reforçou que, na época do licenciamento, a área não era considerada de preservação. Ele defendeu que a operação do aterro é de interesse público e afirmou que monitoramentos periódicos não constataram danos ambientais.

A situação permanece sob investigação, enquanto autoridades ambientais e a Justiça analisam os riscos e responsabilidades envolvendo o funcionamento do aterro.

Da redação Estrutural On-line

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