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Rebeca Ligabue/Metrópoles |
Uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de São Paulo, nesta quinta-feira (29/5), terminou em confusão após o presidente do Sindicato dos Motoboys (SindimotoSP), identificado como Gil, agredir o vereador Lucas Pavanato (PL). O encontro discutia a regulamentação do serviço de mototáxi na cidade.
A tensão começou quando Gil, que é contra a liberação imediata do mototáxi sem regulamentação, foi vaiado por manifestantes presentes no plenário. Alguns motoboys viraram de costas em protesto e exibiram faixas com frases como “Queremos o nosso direito de trabalhar” e “Ricardo Nunes, não use a morte de uma pessoa para se beneficiar”, em alusão à morte recente de Larissa Barros, 22 anos, em um acidente envolvendo mototáxi no centro da capital.
Em meio ao debate, Gil criticou duramente empresas de aplicativo como Uber e 99, responsabilizando-as por “desregular” o setor e “explorar os trabalhadores”. O sindicalista afirmou: “Essas empresas chegaram em 2015 e precarizaram tudo. Quem deveria ser vaiado são elas, não eu”.
A situação se agravou quando Lucas Pavanato, autor de um projeto que busca regulamentar e liberar o serviço de mototáxi na cidade, ironizou Gil em seu discurso. O vereador afirmou: “Parabéns ao prefeito por ter escolhido o sindicalista mais rejeitado pela categoria que diz representar”.
Irritado, Gil se dirigiu ao púlpito e agrediu Pavanato com um enforcamento, o que gerou tumulto entre os presentes. Assessores e parlamentares precisaram intervir para separar os dois.
Após a confusão, o presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), confirmou que uma nova audiência pública foi marcada para o dia 5 de junho. Segundo ele, Pavanato sofreu escoriações e terá acompanhamento médico. O vereador anunciou que registrará boletim de ocorrência, alegando ter sido agredido e apresentando uma camiseta rasgada como evidência. O sindicato, por sua vez, informou que Gil também registrará queixa, afirmando ter sido agredido por seguranças durante a briga.
Vale destacar que os serviços de mototáxi operados por aplicativos como Uber e 99 foram suspensos em São Paulo após uma decisão do Tribunal de Justiça do estado, na última segunda-feira (26/5). A medida determina multa de R$ 30 mil por dia em caso de descumprimento. A gestão do prefeito Ricardo Nunes segue travando uma disputa judicial com as empresas desde o início do ano, com decisões que ora permitem, ora barram o serviço.
Da redação Estrutural On-line
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