Presidente do INSS é exonerado após operação da PF que investiga esquema bilionário de descontos ilegais

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou nesta quarta-feira (23) o então diretor-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, após uma operação deflagrada pela Polícia Federal que investiga irregularidades em descontos realizados nas aposentadorias e pensões de segurados do instituto.

A decisão foi oficializada em uma edição extra do Diário Oficial da União, publicada no mesmo dia. A saída de Stefanutto do cargo não ocorreu a pedido, indicando que a medida foi tomada por determinação do Palácio do Planalto. Fontes do governo confirmaram que a ordem partiu do próprio presidente Lula, após tomar conhecimento dos detalhes da investigação.

A ação da PF, denominada Operação Sem Desconto, desarticulou um esquema suspeito de movimentar cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Segundo os investigadores, entidades envolvidas aplicavam cobranças indevidas sobre os benefícios de aposentados e pensionistas, comprometendo a renda de milhares de brasileiros.

Durante a operação, que mobilizou agentes em 14 unidades da federação, foram cumpridos mais de 200 mandados de busca e apreensão e seis de prisão. Os alvos incluem membros da alta cúpula do INSS — além de Stefanutto, outros quatro gestores foram afastados.

O diretor-geral da PF, Andrei Passos, detalhou que os investigadores apreenderam bens de alto valor com os suspeitos, incluindo carros de luxo como Ferrari e Rolls-Royce, além de grandes quantias em dinheiro — mais de US$ 370 mil no total. Para Passos, os números evidenciam a gravidade e a dimensão do esquema.

Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que o presidente Lula demonstrou forte preocupação com o impacto da fraude sobre os beneficiários do INSS. "São pessoas em situação de vulnerabilidade, muitas já debilitadas pela idade, que foram vítimas de um golpe cruel", destacou o ministro.

O caso veio à tona após uma série de reportagens publicadas pelo portal Metrópoles, que ajudaram a desencadear a investigação. A apuração da Polícia Federal segue em andamento, e novas fases da operação não estão descartadas.

Da redação Estrutural On-line