Page Nav

HIDE

Gradient Skin

Gradient_Skin

Milei reduz ministérios e quer atacar crise com “unhas e dentes”

O economista Javier Milei assumiu a presidência da Argentina neste domingo (10/12) em cerimônia com vários chefes de Estado


Foto: Finizio / flickr / openverse.org

Javier Milei assumiu a Presidência da Argentina neste domingo (10/12), na capital Buenos Aires. Em cerimônia realizada no Congresso da Nação da Argentina, Alberto Fernández passou a faixa e o bastão presidenciais ao sucessor, o que deu início ao mandato do economista. Além do presidente, também foi empossada Victoria Villarruel, que sucede Cristina Kirchner na vice-Presidência. A cerimônia de posse durou todo o dia.

Na primeira ação administrativa após ter assumido a Presidência, Javier Milei reduziu pela metade o número de ministérios. Ele assinou um decreto acabando com pastas como Cultura, Educação, Meio Ambiente e Trabalho, reduzindo o total de 18 para nove.

Mais cedo, o novo presidente discursou na escadaria do Palácio Legislativo, em frente à Praça do Congresso. O libertário destacou o cenário de devastação em que assume o país. Segundo o mandatário, não há outra alternativa a não ser “o ajuste e o choque”, e ainda se comprometeu a combater a inflação com “unhas e dentes”.

Milei ainda afirmou que, com o início do mandato, começa “uma nova era na Argentina” e que começa a reconstrução do país. “Hoje enterramos décadas de fracasso”, disse. “Nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que estamos recebendo”, afirmou.

A cerimônia teve o seguinte roteiro:

  • Juramento perante a assembleia e discurso na escadaria do Palácio Legislativo, em frente à Praça do Congresso;
  • O presidente empossa os ministros de governo na Sala Branca na Casa Rosada;
  • Cerimônia religiosa na Catedral Metropolitana de Buenos Aires.
  • A mudança de governo ocorre após Milei derrotar o candidato peronista Sergio Massa (Unión por la Patria), em um pleito realizado no final de novembro. O peronista garantiu 44% dos votos, enquanto Milei figurou com mais de 55% dos votos.

A eleição do ultraliberal representou a derrota do peronismo, em meio à crise econômica que atinge a Argentina. O movimento teve na Presidência nomes como o de Cristina Kirchner e o do atual presidente, Alberto Fernández.

Admirador de políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro, o argentino compartilha pautas caras para os conservadores, como a liberação de armas e a contrariedade ao direito do aborto. A carreira política de Javier Milei acumula polêmicas, como quando se pronunciou a favor da livre venda de órgãos humanos.

Na campanha, ele ainda se comprometeu a uma redução drástica nos gastos públicos, por meio do fim de programas sociais e a diminuição no número de ministérios de 18 para oito.

Ausência de Lula

A cerimônia de posse ocorreu em Buenos Aires e contou com a presença de diversos chefes de Estado. O Brasil, porém, foi representado pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não comparecer ao evento diante do histórico complicado com Milei. O libertário, antes de se eleger, proferiu ofensas a Lula, por exemplo, ao chamá-lo de “presidiário comunista” e de “corrupto”.

À época cotada para o Ministério das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino visitou pessoalmente o Brasil, no final de novembro, para entregar uma carta de Milei a Lula, na qual o argentino convidava o petista para a posse.

Por outro lado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, junto a uma comitiva de aliados, esteve presente na cerimônia, e foi fortemente aplaudido ao chegar no evento. Também participam da cerimônia de posse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o rei da Espanha, Filipe VI.

Economia em frangalhos

Milei venceu as eleições em um contexto influenciado pela crise econômica a que os argentinos estão expostos. A inflação que chega a 142,7% ao ano se soma ao recuo do Produto Interno Bruto (PIB) em 4,9%, no segundo trimestre de 2023.

Outro desafio da gestão é quitar a dívida bilionária do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Herdado do governo de Mauricio Macri (2015-2019), o crédito aprovado pelo FMI chega a US$ 44 bilhões — totalizando quase R$ 216 bilhões.

Por Mateus Salomão - Metrópoles

Nenhum comentário

Agradecemos pelo comentário.