A confusão foi registrada na manhã desta quarta-feira (27/9), em um colégio na quadra 703 da Asa Sul. PMDF foi acionada para a ocorrência
Reprodução |
Um vídeo que circula em grupos de WhatsApp mostra uma briga generalizada envolvendo pessoas em situação de rua, na entrada do colégio Leonardo da Vinci, na quadra 703 da Asa Sul. A confusão foi registrada na manhã desta quarta-feira (27/9).
Veja o registro:
Nas imagens é possível ver um dos homens envolvidos na briga sendo agredido com chutes e pauladas.
O vídeo foi gravado pelos alunos de dentro da escola. Segundo relato de um dos estudantes, o grupo teria tentando agredir até o segurança da unidade de ensino.
Em razão da confusão, os monitores da instituição teriam pedido aos alunos que entrassem logo na escola, para que pudessem trancar o portão.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que foi acionada para atender uma ocorrência no Centro Pop, localizado em frente ao colégio. “A princípio foi uma briga das pessoas que ali estavam. A situação foi resolvida no local”, esclareceu.
Mulher em surto
Na tarde desta quarta-feira, a corporação foi acionada novamente para ir até a escola em razão de outro registro. Uma mulher que estava em surto, tentou agredir a mãe de uma aluna do colégio, porém, foi contida pela PMDF, que acionou o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) para atendimento.
O CBMDF prestou o socorro à mulher em surto. A mãe da aluna, não quis representar contra a agressora.
O que diz o colégio
Procurado pela reportagem, o colégio Leonardo da Vinci enviou uma nota com esclarecimentos. O documento informa que, há alguns anos, a empresa tem solicitado ao poder público uma atenção especial para essa região, uma vez que são frequentes as ocorrências inadequadas.
“Informamos, ainda, que nossa equipe de segurança é treinada para situações de emergência e agiu dentro dos protocolos na manhã de hoje, restaurando a tranquilidade para o início do dia letivo. O Centro Educacional Leonardo da Vinci continuará envidando seus esforços no sentido de minimizar as consequências, pois se trata de algo que está além dos nossos muros”, indicou a escola.
Moradores reclamam de violência
Ao Metrópoles um funcionário que trabalha ao lado de onde a briga ocorreu relata que as confusões são frequentes. “O pessoal aí briga de faca, vendem drogas. Todo dia é um batendo no outro. Eles mesmos roubam um ao outro. Teve um dia que um rapaz estava espancando a mulher, jogando pau e ela gritando”, conta o homem, que preferiu não ser identificado.
Ele também relata que, por vezes, alguns homens ficam importunando as alunas do colégio e da faculdade. Sobre a confusão, o funcionário conta: “É um inferno isso aqui. Tinha tudo pra ser tranquilo, mas tem que ficar atento 24 horas. Até eu tenho medo, às vezes, de passar aí de manhã. Teve uma briga às 7h. Só sei que eu estava aqui e do nada o outro pegou um pedaço de pau ali e começaram a brigar. De vez em quando, eles até tentam correr aqui pra dentro”.
Kainá Munduruku, 40 anos, é indígena, vive em situação de rua e frequenta o Centro Pop. Apesar disso, ela também sente medo de andar pela região, principalmente no período noturno, quando o local fica mais escuro e o policiamento é menor. “Já fui assaltada no sinal. Foram dentro do meu carro e levaram meu celular. Então, realmente a segurança é zero aqui de noite”, relembra.
Para Munduruku, o problema maior não é sobre todas as pessoas que estão em situação de rua, mas é o foco da violência estaria relacionado ao consumo e venda de drogas: “Tem pessoas de bem que estão passando por uma situação, como eu. São pessoas que não usam droga, que estudam e estão passando por uma fase. Elas vão para a rodoviária e se encostam em qualquer lugar para passar a noite porque aqui não tem como, você corre o risco de ser esfaqueado ou de ser roubado”.
Por Thalita Vasconcelos e Jonatas Martins - Metrópoles
Nenhum comentário
Agradecemos pelo comentário.