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Frei passa mal e morre um dia após papa Francisco transformar paróquia do DF em basílica

Durante as cerimônias de instalação da basílica, o Frei João Benedito Ferreira de Araújo passou mal e morreu devido complicações cardíacas


Reprodução / Redes sociais

O Santuário São Francisco de Assis, localizado na Asa Norte, foi nomeada a única basílica de todo o Distrito Federal. Durante as cerimônias de instalação da basílica, no último domingo (14/5), o frei João Benedito Ferreira de Araújo passou mal e morreu, no dia seguinte, devido a complicações cardíacas. O religioso era o reitor do santuário.

Com o título, concedido a igrejas com importância histórica e litúrgica, o espaço se torna apto a receber o papa Francisco. O processo completo para a conquista durou cerca de nove meses.

Frei Flávio Freitas de Amorim, vice-provincial da agora basílica de São Francisco de Assis, afirma que a cerimônia foi um momento muito bonito e forte. “Antes da comunhão, ele [Frei João Benedito] já estava com a eucaristia em mãos. Depois, ele caiu, desmaiou. Já levamos ele para o hospital da Asa Norte”, conta o homem. O religiosa acabou morrendo no dia seguinte.

Amorim relembra que frei João estava muito realizado com o título concedido ao santuário: “Eu lembro que, no final da celebração, ele foi agradecer. Subiu no altar, olhou para o povo e disse: Nós somos uma basílica’. E o povo saudou por algum tempo batendo palmas. Ele estava realmente muito feliz”.

    “João Benedito era um homem dinâmico, com uma capacidade, uma inteligência. Era um trator. Um homem ao mesmo tempo muito humano e muito inteligente. […] Na luta, ele conseguiu fazer com que aqui se tornasse uma basílica”, diz o vice-provincial.

Em um vídeo, publicado dois dias antes da sua morte, João Benedito demonstra toda a empolgação com a conquista: “Estamos todos empenhados, cansados e alegres porque é chegado o dia do nosso grande presente. Cada dia precisamos vencer dragões”.
Processo

Inicialmente, o pedido para transformar a paróquia em basílica foi feito pelo cardeal Paulo Cezar, em setembro de 2022. A igreja contou com o apoio do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo.

Em 6 de dezembro de 2022, o dicastério do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos assinou o decreto, concedendo ao Santuário São Francisco de Assis o título de Basílica Menor, conforme documento nº 551/22 assinado pelo prefeito, cardeal Arturo Roche, e pelo secretário Vitório Francisco Viola.

A Santa Missa de instalação da Basílica Menor São Francisco foi iniciada na tarde última sexta-feira (13/5) e durou todo final de semana. A cerimônia era comandada pelo Frei João Benedito Ferreira de Araújo.

Dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto (SP) e canonista da CNBB, comenta que a transformação de igreja matriz em basílica segue orientações diretas da Santa Sé, que analisa o processo. Caso seja aprovado pelo papa, o Vaticano envia as orientações e requisitos para a instalação da basílica.

De acordo com a CNBB, o papa divulga uma declaração que transforma aquela igreja numa basílica, mas esse documento precisa ser publicado oficialmente através de leitura em uma celebração eucarística. A celebração só ocorre com a Santa Missa.

Basílicas

Dom Moacir Silva indica que uma basílica fica ligada diretamente ao papa. “Há uma série requisitos para que uma igreja se torne basílica. Ela tem que ter arte, beleza missa cotidiana. Tem que garantir a integridade da pregação do evangelho. Há uma série de requisitos que o papa e a Santa Sé consideram ao elevar uma paróquia a uma igreja com a dignidade de basílica”, afirma o arcebispo.

As basílicas se dividem em duas categorias: maiores e menores. No primeiro caso, só existem quatro com esse título e todas estão em Roma, na Itália. Uma basílica maior tem um altar maior, onde apenas o papa e seus delegados podem celebrar a missa. No Brasil, existem cerca de 80 basílicas menores.

O Santuário São Francisco de Assis foi criado em 1981 e transformada em paróquia pela arquidiocese de Brasília em 25 de maio de 2003. Atualmente, a única basílica do DF atende a cerca de 4 milhões de pessoas.

Por Jonatas Martins e Renato Orphão - Metrópoles

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