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Mutirão de cirurgias vai reduzir fila de espera no sistema de saúde do DF

Anúncio foi feito em reunião da governadora em exercício, Celina Leão, com secretários do GDF e deputados distritais, que se comprometeram a destinar emendas parlamentares para a realização de cirurgias eletivas


Renato Alves/Agência Brasília

Saúde e segurança pública foram foco de debate da última reunião entre a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, e 23 deputados distritais, que aconteceu nesta sexta-feira (3/2) na Residência Oficial de Águas Claras (ROAC). Ficou acordado que todos os distritais vão disponibilizar R$ 1 milhão em emendas parlamentares para que seja possível realizar um mutirão de cirurgias eletivas. A ideia é diminuir as filas pela metade. Atualmente, há um total de 30.418 pacientes aguardando por esse tipo de procedimento no Distrito Federal.

"Vamos enviar, imediatamente, um crédito para a CLDF para que o recurso seja redirecionado com participação de todos os deputados distritais. O secretário de Planejamento (Ney Ferraz Junior) vai repassar um crédito e os deputados vão realocar os recursos", explicou Celina. De acordo com a secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, algumas especialidades são mais demandadas, como urologia, oftalmologia e proctologia. "Fila cirúrgica é um problema nacional, não é exclusivo do DF. O Ministério da Saúde agora tem uma pauta de ação rápida para que todos os estados construam planos regionais para enfrentar essa fila e essa construção será possível com esse aporte de emendas", afirmou a secretária.

Outro gargalo que o GDF pretende resolver para reduzir a espera de quem precisa do sistema de saúde público é a falta de médicos anestesistas. "Há um déficit no DF e no Brasil de médicos anestesistas, mas temos outros caminhos para contratação e vamos lançar mão de todos. Temos 1.236 servidores que serão nomeados segunda-feira e, neste rol, temos 124 anestesiologistas. Esperamos que todos desejem vir compor os quadros da secretaria e, a partir daí, veremos quais serão as próximas medidas a serem tomadas", disse Lucilene Florêncio.

A secretária esclareceu ainda que as filas de cirurgias eletivas ficaram paradas por um tempo, entre outros fatores, devido à pandemia da covid-19, mas que, agora, será dado o andamento. "Vamos fazer o projeto básico, estudo técnico preliminar, vamos fazer o controle social, fazer a exposição de motivos. Já temos a expertise, já fizemos para quatro especialidades. Com uma agenda menos tensionada da covid, vamos impulsionar os outros temas e as cirurgias são um tema importante para o Brasil e para o DF", destacou.

Lucilene Florêncio acrescentou que hoje há um complexo regulador onde os pacientes são classificados por gravidade e tempo de inserção. "Vamos fazer uma checagem dessa lista, fazer o contato e os pacientes com maior gravidade e maior tempo de fila serão chamados", concluiu.

Segurança

Os deputados distritais têm posição contrária em relação à possibilidade de uma Guarda Nacional. "Tivemos uma demonstração de união contra a criação da Guarda Nacional e a favor do DF manter o Fundo Constitucional. Estes dois pontos são críticos para o DF manter sua autonomia", ressaltou Joaquim Roriz Neto (PL). "Todos os 24 deputados distritais aprovaram dois princípios: em defesa do Fundo Constitucional e contra a Guarda Nacional. Talvez sejam os únicos dois pontos onde temos consenso", observou Fábio Félix (Psol). "Queremos dialogar com o governo federal com todo respeito. Nós confiamos na nossa Polícia Militar e nas nossas instituições", garantiu Celina Leão.

Harmonia

Dos 24 deputados distritais, só não esteve presente Jaqueline Silva (Agir). No entanto, ela conversou por telefone com a governadora em exercício e se colocou alinhada às questões discutidas. Além dos parlamentares e da titular da Saúde, também participaram os secretários de Educação, Hélvia Paranaguá, de Governo, José Humberto Pires, da Casa Civil, Gustavo Rocha, da Fazenda, José Itamar Feitosa, de Planejamento, Ney Ferraz, e de Obras, Luciano Oliveira.

Segundo Celina Leão, ficou acordado que, pelo menos uma vez por mês, os parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) se reunirão com representantes do Executivo. "Tivemos um espírito de colaboração de todos os deputados que participaram", contou ela.

Centrad

Na ocasião, foi anunciada a ocupação do Centro Administrativo do DF (Centrad), localizado em Taguatinga. A princípio, a Secretaria de Justiça e o Banco de Brasília (BRB) devem ser transferidos para o local. Além disso, uma obra no valor de R$ 180 milhões deve ser realizada na área externa. O centro existe desde 2014, mas nunca foi ocupado.

"É uma decisão de governo. Já existia uma tramitação jurídica e, agora, nós estamos com a posse do imóvel. Há uma grande obra viária a ser feita, estamos disponibilizando recursos e vários deputados querem ajudar", adiantou Celina Leão.

A megaestrutura, pensada para abrigar parte dos serviços administrativos públicos da capital federal, foi construída em uma área de 182 mil metros quadrados — equivalentes a, aproximadamente, 25 campos de futebol —, tem 16 prédios e fica na Avenida Elmo Serejo, ao lado do Estádio Serejão, da Rodoviária de Taguatinga e perto da Estação Centro Metropolitano do metrô.

Por Mila Ferreira - Correio Braziliense

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