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‘É um jogo de gato e rato’, diz perito sobre Lázaro

O perito Cássio Rosa explicou que diversas hipóteses devem ser criadas, já que não se trata de um criminoso comum


Já são onze dias de buscas para encontrar o assassino em série, Lázaro Barbosa, de 32 anos. Conhecido com o “serial killer do DF”, o procurado têm interferido na rotina dos moradores e trabalhadores de chácaras localizadas na região onde a polícia e seus 400 homens tentam capturá-lo, em Girassol (GO). O perito Cássio Rosa explicou que diversas hipóteses devem ser criadas, já que não se trata de um criminoso comum.

Sobre Lázaro manter reféns por onde passa, o perito afirmou que isso pode estar relacionado à sua personalidade. “Porque eu obrigo alguém a fumar maconha? A ficarem peladas? Isso tem relação com o poder, com humilhação, ele gosta disso”, disse Cássio Rosa. Em uma das chácaras invadidas, Lázaro fez os reféns ficarem nus e os obrigou a fumarem maconha com ele.

Ontem um cerco foi montado, mas mais uma vez Lázaro conseguiu despistar os policiais mata a dentro. O perito disse que de bobo ele não tem nada. “É um jogo de gato e rato. Não acho que tenha alguém no comando das ações. A polícia se adequa aos movimentos dele […] estão usando todos os recursos possíveis, mas de ingênuo o Lázaro não tem nada. A polícia também poderia prever os movimentos dele e ter controle das ações”, afirmou o perito.

“Ele sempre está próximo à rios, talvez ele saiba que a água leva todos os odores e os vestígios. Não sei se ele pensa isso, mas não podemos excluir essa possibilidade”, disse Cássio Rosa sobre a capacidade do criminoso de despistar os policiais.

Rituais Místicos

“Dizem que ele carrega um livro místico […] e quem alguém falou que ele estaria possuído. Não dá pra gravar isso, tem que ser investigado”, disse o perito sobre a possibilidade de Lázaro fazer uso de magias e rituais.

O perito afirmou que outras coisas podem servir de motivação para a ação de Lázaro, como a morte do irmão dele, de 18 anos. O familiar foi morto em um acerto de contas e isso também pode motivar o assassino.

Lázaro Barbosa

Desde a última quarta-feira (9), o nome de Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, veio à tona após uma chacina no Incra 9. Ao analisar a ficha criminal de Lázaro, vê-se outros crimes semelhantes. O primeiro delito do fugitivo ocorreu em 2007. Veja uma cronologia:

Em 2007, Lázaro foi preso em Barra do Mendes-BA acusado de duplo homicídio. Na ocasião, o criminoso perseguia uma mulher por quem havia se apaixonado. Dois homens tentaram ajudar a vítima e acabaram mortos.

Dois anos depois, já no Distrito Federal, Lázaro foi preso por suspeita de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo.

Em 2013, um laudo apontava que o criminoso era um “psicopata imprevisível” e tinha comportamento agressivo, impulsivo, instabilidade emocional e falta de controle e equilíbrio. No ano seguinte, ele ganhou direito ao regime semiaberto. Em 2016, fugiu da cadeia.

Em 2018, Lázaro foi preso pela polícia de Goiás. No mesmo ano, em julho, ele abriu um buraco no teto do presídio de Águas Lindas-GO, fugiu e está sendo procurado desde então.

Em abril de 2020, Lázaro teria invadido uma chácara em Santo Antônio do Descoberto-GO, e golpeou um idoso com um machado. Exatamente um ano depois, uma nova invasão, desta vez no Sol Nascente. Desta vez, ele levou uma mulher para um matagal e a estuprou.

Já em maio de 2021, Lázaro cometeu uma nova invasão no Sol Nascente. Na ocasião, ele mandou as pessoas ficarem nuas, prendeu homens no quarto e mandou mulheres cozinharem para ele.

Até que, na quarta-feira passada, Lázaro cometeu a chacina que o trouxe à tona. O homem é apontado como autor da morte de Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. A suspeita é que o criminoso tenha adentrado a chácara da família para roubá-los. Neste momento, Cleonice Marques Andrade, 43 anos, teria percebido a invasão e tentado ligar para um familiar relatando o caso. Lázaro reagiu matando o marido e os filhos de Cleonice e fugiu com ela.

O corpo de Cleonice foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF) no Córrego da Coruja, localizado entre a BR-070 e a DF-180, neste sábado (12). A mulher estava nua e com ferimentos na nádega esquerda quando foi encontrada. O irmão dela reconheceu o corpo.

De lá para cá, já são onze dias de caça ao criminoso. Uma força-tarefa foi montada com 400 policiais

Por Guilherme Gomes e Vanessa Lippelt - Jornal de Brasília

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