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Combate ao tráfico de drogas na Estrutural


Por ARY FILGUEIRA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: ISABEL DE AGOSTINI
Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Conhecida por sua alta taxa de criminalidade, a Estrutural se transformou na região mais segura do Distrital Federal na noite de terça-feira (23). Uma megaoperação capitaneada pela Secretaria de Segurança Pública praticamente zerou os índices de violência naquele dia.

De acordo com o saldo divulgado nesta quarta-feira (24), as tropas das polícias Militar e Civil apreenderam poucos objetos de origem duvidosa (entre eles, um furtado) e abordaram 20 pessoas que insistiam em permanecer nas ruas, apesar das restrições de isolamento social. Não houve prisão e nem apreensão de drogas.

Mesmo tendo como mote da ação o combate ao tráfico de drogas, as forças de segurança envolvidas na operação fizeram outros flagrantes, como infração de trânsito e descumprimento de normas que visam estancar a disseminação de Covid-19 na Capital Federal.

Com o Departamento de Trânsito (Detran), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), DF Legal e Corpo de Bombeiros incorporados à megaoperação, os agentes fizeram diversas autuações. Cada um na sua área.

O Detran e o DER, por exemplo, fizeram duas apreensões de carros por falta de licenciamento, e retiveram um veículo porque o motorista não tinha habilitação. Também aplicaram 15 multas, sendo que uma por dirigir embriagado.

Já o DF Legal fechou 11 estabelecimentos por funcionarem após o horário estabelecido em decreto do governador Ibaneis Rocha e notificaram outros três por falta de documentação.

Os bombeiros também aproveitaram para verificar a questão da segurança nos estabelecimentos. Eles notificaram três lojas por falta de Sistema de Segurança contra Incêndio e Pânico. Além disso, orientaram os comerciantes a prevenir contra incêndio.

Operação Vita Salutem

A ação começou por volta das 20h de ontem. O ponto de partida foi o pátio do Batalhão da Polícia Militar. Lá, o secretário de Segurança, Anderson Torres, dava as últimas orientações para o efetivo mobilizado para combater a criminalidade. O foco da ação era o combate ao tráfico de drogas. E o nome não poderia ser outro: a Operação “Vita Salutem”  (Proteção de Vidas).

A semana foi escolhida por ser destinada ao Dia Nacional de Combate ao Tráfico de Drogas. De frente ao batalhão, o secretário Torres destrinchava o plano a ser executado: “Estamos dando continuidade ao nosso trabalho. Na semana Nacional de Combate às drogas. A Estrutural é uma área difícil e precisa ter uma atenção maior. Então, reunimos todos vocês para esta. Vamos fechar a cidade, fazer abordagem policial. Para conter a criminalidade”.

De lá, um comboio com dezenas de homens vestidos de fardas, coletes e armados com diversos calibres percorriam as ruas da cidade, abordando comércio e pessoas que estavam em situação suspeita ou em desacordo com as normas de combate ao novo coronavírus.

Alvos

Um dos alvos da operação foi o comércio e as quadras do Setor Leste da Estrutura. Lá, o DF Legal se deparou com alguns estabelecimentos que insistiam e burlar a lei. Como um churrasquinho na Quadra 4. O proprietário do estabelecimento não podia mais estar aberto porque já passavam das 21h. Ele teve de fechar porque sua churrasqueira, que ficava na frente da loja, atraía uma pequena quantidade de gente.

Alguns, inclusive, não utilizavam máscara. Como o morador Denis Marinho, de 35 anos. Apesar de se queixar do incômodo que o equipamento obrigatório causa, ele concordou com a cobrança. “Eles estão certos em nos cobrar”, disse, enquanto colocava a máscara.

Recém-chegado à Estrutural, Welton Ribeiro Alves, 33, conta que tem medo de andar nas ruas por causa da criminalidade. Ao ver de longe as luzes das viaturas da polícia, ele mudou a rota que faz entre a igreja e a sua casa, se dirigindo para o local onde havia a revista de pessoas em situação suspeita. “É importante para a comunidade esse tipo de operação porque o índice de violência é muito grande. Vocês estão fazendo uma coisa boa”, destaca. “Eu passo aqui de madrugada com medo”, lamenta.

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