O depósito está situado no divisor de duas bacias que desaguam no Paranoá: o córrego do Acampamento, no Lago Norte, e Cabeceira do Valo, no Lago Sul. O chorume penetra no solo e atinge o lençol freático. "Há estudos mostrando que a contaminação subterrânea se iniciou há algum tempo, de forma incipiente, mas deve se agravar ao longo dos anos" explica Sérgio Koide, engenheiro civil e doutor em recursos hídricos. O mesmo acontece com o Parque Nacional, que faz divisa com o Lixão.
Para o educador
ambiental Luiz Rios, a situação pode se agravar nos próximos 30 anos e
pode comprometer o projeto da Companhia de Saneamento Ambiental do
Distrito Federal (Caesb) de captação de água para abastecimento. "Se o
Lixão continuar da maneira que está, no futuro, esta água se tornará
imprópria para consumo ou para fins agropecuários, como fazem pequenos
produtores da Estrutural, devido ao alto grau de matéria orgânica e
metais pesados", disse. "A contaminação atinge, principalmente, as
crianças e causam doenças de pele, verminoses e diarreia, podendo levar à
morte", completou o especialista.
De acordo com o
presidente da Caesb, Oto Guimarães, o Sistema Paranoá será importante
para completar o abastecimento de cidades da região leste do Distrito
Federal, atendendo aos novos núcleos habitacionais em processo de
consolidação em São Sebastião, Paranoá e Sobradinho I e II. "Ele vai
permitir ainda a geração de excedentes para aumentar a disponibilidade
hídrica em Planaltina, Brasília e Lago Norte", acrescenta Oto.
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