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Nota de esclarecimento – EC 01 da Estrutural


Nota de esclarecimento – EC 01 da Estrutural

A Secretaria de Educação do Distrito Federal informa que desde a suspeita de vazamento de gases, provavelmente existentes no subsolo do terreno onde foi edificada a Escola Classe 01 da Estrutural, a atual gestão vem tomando todas as providências necessárias para assegurar a saúde dos alunos e servidores da escola, bem como a plena continuidade das aulas.

Inicialmente os alunos foram transferidos para outras unidades educacionais: para a Escola Classe 315 Sul, para o Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE), na 907 Sul, e também para o Centro de Ensino Fundamental 03 do Guará, assegurando o transporte, alimentação e conteúdos pedagógicos.

Em seguida foram instalados exaustores em todos os ambientes da escola, conforme solicitação da Defesa Civil do DF.

No mesmo período, foi contratada empresa especializada para realizar os serviços de identificação e estudo de composição dos gases e do solo da Escola Classe 01 da Estrutural onde foram coletados materiais do solo, água, aterro sanitário e gases. Todo o material recolhido foi encaminhado para os laboratórios de análise da empresa em São Paulo para determinar, apurar e identificar todos os elementos necessários e com a expedição dos respectivos Laudos Técnicos pertinentes.

O resultado foi encaminhado oficialmente pela empresa contratada para a Secretaria de Educação que, junto com a Casa Civil do Governo do Distrito Federal, avalia as recomendações, visando tomar as decisões em relação às medidas apontadas, bem como a utilização ou não do espaço educacional em questão.

O resultado do estudo elaborado pela empresa contratada também foi apresentado à comunidade escolar da Estrutural, que obteve conhecimento completo do grave problema encontrado, e da recomendação que apontou a necessidade de se manter os alunos em outra instituição educacional até que seja providenciada solução definitiva e segura para os alunos e servidores da escola.

Cabe registrar que a Escola Classe 01 da Estrutural foi construída sobre um antigo aterro sanitário, pela anterior gestão do GDF e que o estudo realizado pela SEDF foi pioneiro e demonstra preocupação, agilidade e sensibilidade no sentido de resolver de forma definitiva a questão.

A SEDF garante que está empenhada na resolução definitiva do problema, mantendo toda a infraestrutura necessária aos alunos.

Secretaria de Educação do Distrito Federal


Veja a nota do jornal de Brasília do dia 07/01/2013


Uma escola esquecida





O cheiro forte que lembrava ovos podres e as dores de cabeça, as náuseas e os vômitos que atingiam alunos e funcionários da Escola Classe 01, na Estrutural, acenderam um alerta para o perigo que espreita a cidade construída em cima de um aterro irregular de lixo. ...

Após algumas interdições parciais no início do ano passado, o colégio que abrigava 1.400 estudantes do ensino fundamental foi totalmente lacrado pela Defesa Civil em 29 de maio porque havia risco de explosão, segundo avaliação dos técnicos.

Um gás não identificado brotava do subsolo e deixava o ar irrespirável em alguns dos cômodos do prédio, incluindo salas de aula. Imediatamente surgiu a suspeita de que a fonte do gás seria o processo de decomposição do lixo que foi depositado na área durante décadas sem nenhum tipo de controle ambiental.

A cidade, que hoje tem cerca de 35 mil habitantes, nasceu de uma invasão de catadores que se formou em cima desse aterro ilegal durante os anos 1990. Agora o poder público teme que bolsões de gás venenoso possam estar pressionando o solo e colocando a população em risco, mas um mapeamento planejado após a interdição da escola acabou não sendo feito.

Transferência “provisória”

Após a interdição da escola, os alunos e professores foram acomodados em salas de dois colégios no Plano Piloto e um no Guará. Segundo a Secretaria de Educação, era uma solução temporária enquanto uma empresa contratada emergencialmente faria a análise do gás e apresentaria soluções
para que o prédio fosse reaberto.

Oito meses depois, porém, nenhuma obra foi feita no local e o patrimônio público tão caro para a comunidade carente está se deteriorando sem uso. Por cima do muro da escola é possível ver que o mato alto já tomou conta dos jardins, do parquinho e da quadra poliesportiva.

Logo atrás do portão de entrada, dezenas de carteiras escolares de madeira estão toscamente empilhadas, formando uma pequena montanha e tomando sol e chuva. “É triste. Meus meninos moravam em frente à escola e eu sabia tudo da vida deles”, lamenta a dona de casa Josiane Silva, 45. “Depois foram lá para o Plano e foi bem difícil. O ônibus demora. Eu não sei o que eles fazem lá e até as notas caíram”, completa ela, que tem um casal de filhos em idade escolar.

A perspectiva da comunidade escolar para 2013 não mudou. A escola continua sem previsão de reabertura e os alunos continuarão tendo que estudar longe de casa. Procurada, a Secretaria de Educação não forneceu informações sobre a resolução dos problemas.

Mapeamento das áreas de risco nunca saiu do papel

Como a Estrutural cresceu em cima de um aterro irregular de lixo, é baixa a chance de que o vazamento de gás do subsolo seja um problema isolado da área onde a Escola Classe 01 foi construída, logo na entrada da cidade e vizinha a outros prédios públicos, como mais uma escola e o restaurante comunitário.

Por isso, o GDF anunciou em maio do ano passado um grande mapeamento das áreas que poderiam oferecer risco. O então chefe da Coordenadoria de Planejamento e Gestão da Casa Civil,
Turene Alves Filho, disse ao Metro na época que o trabalho seria feito em etapas, primeiro estudando antigos mapas do aterro e depois prospectando o solo com sondas. “Sabemos que a decomposição do material orgânico libera gases tóxicos. Como houve esse caso na escola, a existência de bolsões é uma possibilidade concreta”, disse ele.

O gestor, no entanto, acabou deixando o GDF no início do processo, que acabou engavetado.



Por Raphael Veleda
Fonte: Jornal de Metro Brasília - 07/01/2013

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