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A cidade de Cali, no sudoeste da Colômbia, foi palco de uma onda de violência nesta terça-feira (10), quando três explosões atingiram delegacias de polícia em diferentes bairros. Os ataques deixaram ao menos duas pessoas mortas e outras 36 feridas, segundo informações confirmadas pelo Ministério da Saúde local.
De acordo com o relatório oficial, entre os feridos estão três menores de idade. Vinte e duas vítimas foram levadas a hospitais e clínicas da região, algumas em estado grave. Diante da gravidade da situação, as autoridades de saúde acionaram um protocolo de emergência em toda a rede hospitalar da cidade, incluindo bancos de sangue e transporte médico especial.
As explosões ocorreram nos bairros de Meléndez, Manuela Beltrán e Los Mangos. Em um dos locais, a bomba teria sido colocada em uma motocicleta, conforme detalhou o secretário de Segurança de Cali, Jairo García.
Nas redes sociais, o prefeito de Cali, Alejandro Eder, repudiou os ataques e associou a ação ao período mais sombrio do país. “Querem nos arrastar de volta a 1989. Não vamos permitir. Viva a Colômbia!”, escreveu ele, fazendo alusão ao auge do terrorismo promovido por cartéis de drogas no final dos anos 1980.
As autoridades também investigam uma explosão registrada na cidade vizinha de Jamundí, aumentando a preocupação com uma possível escalada da violência no departamento de Valle del Cauca. A governadora da região, Dilian Francisca Toro, classificou os ataques como uma tentativa de desestabilizar a ordem pública.
Ataques ocorrem às vésperas de visita presidencial
Os atentados aconteceram um dia antes da visita do presidente colombiano, Gustavo Petro, a Cali. Ele tem compromisso marcado nesta quarta-feira (11) com representantes de movimentos sociais e sindicatos, em meio a uma mobilização nacional que apoia sua proposta de reforma trabalhista — tema que vem gerando fortes tensões políticas no Congresso.
A governadora Dilian Toro pediu que o presidente aproveite sua estadia na cidade para convocar um Conselho de Segurança extraordinário que envolva toda a região sudoeste do país, diante da gravidade dos ataques.
Violência se espalha pela região do Pacífico
Além das explosões em Cali e Jamundí, outros incidentes violentos foram registrados no departamento vizinho de Cauca. Carros-bomba foram detonados nas cidades de El Bordo e Corinto, e um policial foi morto por um atirador em Caloto. Outra explosão atingiu uma praça de pedágio em Villa Rica, às margens da Rodovia Pan-Americana.
O Exército colombiano atribui os ataques aos dissidentes das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), liderados por Néstor Gregorio Vera, conhecido como "Iván Mordisco". Esse grupo mantém forte presença na região e é acusado de promover uma nova onda de ofensiva armada contra o Estado.
Em comunicado, a Terceira Divisão do Exército expressou solidariedade às forças policiais, vítimas diretas dos ataques, e reafirmou seu compromisso com a defesa da população.
Carlos Fernando Galán, prefeito da capital Bogotá, também se pronunciou: “Nada é mais urgente hoje do que devolver aos colombianos o direito à segurança. O país acordou em alerta. É hora de união para defender a paz e a democracia”, declarou.
Da redação Estrutural On-line
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