A PMDF prendeu oito homens e uma mulher por suspeita de invasão e depredação da sede da Administração Regional de Brazlândia
Um vídeo da câmera do circuito interno da Administração de Brazlândia, obtido pela coluna, mostra o momento em que um grupo de sem-teto invade o prédio público na manhã desta segunda-feira (20/3).
Oito homens e uma mulher foram presos pela Polícia Militar do DF (PMDF), que usou spray de pimenta e bala de borracha contra os sem-teto.
As imagens flagraram o vigilante da Administração de Brazlândia tentando conter o grupo que passou pela porta principal e queria ir para a área interna do prédio. Sem sucesso, o segurança é empurrado por uma mulher. No total, oito pessoas conseguiram entrar na sede.
Veja o vídeo da câmera de segurança:
O grupo invadiu a Administração de Brazlândia após operação de retirada de um acampamento em área pública na região.
Em nota, a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) disse que 600 barracos foram instalados na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, em Brazlândia, em uma área de aproximadamente 27 hectares. A terra pertence à Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap).
Segundo a Secretaria DF Legal, o acampamento tem viés imobiliário e os lotes eram vendidos por R$ 8 mil.
“A área começou a ser invadida no início do ano, por entidades ligadas a movimentos de sem-terra. Vale destacar que se tratam de ocupações irregulares com viés especulativo e imobiliário, sem qualquer característica de assentamento rural. A maioria dos barracos (cerca de 90%) está desabitada e sem possibilidade de ocupação”, disse.
“Conforme apurado pela pasta, por meio de sobrevoos em drones, não se trata de pessoas em vulnerabilidade social, uma vez que ostentavam veículos novos e caminhonetes. Há lotes sendo vendidos por R$ 8 mil. A pasta ressalta, ainda, que estas são as mesmas lideranças responsáveis pela ocupação de áreas públicas nas cidades de Santa Maria, Sobradinho e Gama”, afirmou a pasta.
Em nota, a PMDF afirma que “os manifestantes arremessaram cadeiras e extintores de incêndio nos policiais. Oito homens e uma mulher foram presos. Para evitar tumulto e mais dano ao prédio público, a Polícia Militar fez uso seletivo da força”.
Outro lado
Os integrantes do movimento negam que tenham invadido a sede da Administração de Brazlândia. Um deles, que não quis se identificar, afirmou, em áudio enviado à coluna, que o grupo foi até o prédio para tentar impedir a desocupação. “Ninguém invadiu a administração. A gente foi para frente da administração para tentar negociação com o administrador da cidade para não ter a derrubada.”
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF) disse que encaminhará uma denúncia ao Ministério Público investigar eventual violência policial contra o grupo.
“Vamos oficiar o DF legal para requerer a decisão que motivou a desocupação e estamos avaliando a possibilidade de entrar com uma representação denunciando a operação por não seguir o que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal, que obriga uma mediação antes de qualquer operação de despejo”, afirmou a comissão.
Por Isadora Teixeira - Metrópoles
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