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SANTA LUZIA: Povo sofre com inundações e lama de esgoto; “situação difícil” diz administrador da Estrutural

As fortes chuvas que caem sobre o DF estão inundando a comunidade de Santa Luzia, bairro da cidade Estrutural, onde moram 12 mil pessoas, segundo levantamento feito pela Codhab em 2018. Além da lama que se forma no meio das vielas, o cheiro forte de esgoto exala por toda a área. As ruas são estreitas, a maioria não dar para passar um carro de porte pequeno.

Foto: Francisco Gelielçon
As centenas de barracos se espremem na comunidade surgida há mais de dez anos sem qualquer projeção urbanística ou ambiental. Não tem como a população receber os serviços públicos essenciais como: recolhimento de lixo, água, esgoto e energia de boa qualidade. Tudo funciona na base da gambiarra.

No governo passado o braço do meio ambiente do Ministério Público exigiu a derrubada de todas as casas que abrigam, na sua maioria, famílias hipossuficientes.

A vida abaixo da linha  da pobreza mora ali, distante 10 quilômetros do Palácio do Buriti, sede do governo Local,  e 15 do Palácio do Planalto, sede do governo federal.

A decisão da Justiça em atendimento ao MP (Processo 2015.01.1.057244-4) deixou os moradores desesperados em 2018.

A decisão judicial dizia que o poder público do DF teria que “limpar” a área de 300 metros linear que fica dentro do Parque Nacional de Brasília em um prazo de 120 dias.

Sem ter como realocar as famílias, embora promovendo a derrubada pontuais de mais de 200 barracos, em agosto de 2018, o GDF na época recorreu do processo do MPDFT.

A briga entre o MP e o Estado chegou ao andar de cima do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

O advogado Carlos Sousa, que faz um trabalho em defesa da comunidade que já dura mais de dez anos, mostra em vídeo a situação penosa em que moram as famílias de Santa Luzia.

A principal rua, a única mais larga da comunidade, onde passam centenas de carros de lixo por dia. O vai-e-vem dos veículos pesados ajuda a piorar ainda mais a situação nesta época de chuvas. Em nome dos moradores o Dr. Carlos enviou o vídeo e fez um apelo ao governador Ibaneis Rocha.

Veja o vídeo !


Ao Radar-DF o administrador da Estrutural, Major Gustavo, explicou que é complicado fazer arranjos paliativos com tanta chuva caindo na região no momento, apesar de algumas intervenções já feitas na principal via de acesso a Santa Luzia.

Ele disse que a avenida não possui drenagem de águas pluviais e o grande volume não tem para onde escoar. No entanto, ele afirmou que a Novacap tem os recursos para a obra de drenagem do local e espera o fim do período das chuvas para o início dos trabalhos.
Foto: Francisco Gelielçon
Quanto às obras estruturantes, que possam melhorar a qualidade de vida daquela população,  por hora estão impedidas de serem realizadas diante do processo que se encontra  na justiça.

Segundo o administrador, a área onde está a comunidade Santa Luzia, não é passível de regularização neste momento e  que o GDF se esforça junto à justiça para regularizar a situação.

Mesmo que o governo ganhe, a queda de braço na justiça para manter a população onde está, outros fatores irão dificultar a extensão à população de serviços básicos como: água, esgoto e energia elétrica que o povo da comunidade tanto precisa.

Quem chega na comunidade de Santa Luzia pode observar que é impossível levar água e esgoto e colocar postes de energia elétrica, além de promover a melhoria das ruas sem que derrubem uma centena de barracos para abrir passagem aos equipamentos públicos.

O problema, no entanto, terá que ser encarado pelo Poder Público, mesmo tendo que desalojar centenas de moradores.

Por Toni Duarte RADAR-DF

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